Quando oprimido torna-se opressor.
O ideal masculino governou e narrou a História por milhares de anos, instaurando inúmeros preconceitos contra as mulheres, mas revoluções como a francesa, gritando por "Liberdade, Igualdade e fraternidade" as encorajaram pela exigências de seus direitos como seres humanos, por isso alguns movimentos feministas e suas lutas foram de inquestionáveis relevâncias para as mudanças socias.
Contudo as reivindicações continuam através de inúmeras vertentes do feminismo que nos fazem questionar, afinal, qual o limite para oprimido não se tornar o opressor? Quando questões mais triviais são interpretadas como machismo e os debates são calados pelo politicamente correto, padronizando pensamentos, falas, ações como se fosse possível e aceitável instaurar uma verdade única e universal, podemos sim estar em ditaduras quase imperceptíveis.
Assim discussões extremistas e infantilizadas de uns contra outros vão afastando os problemas reais, como a maternidade que enquanto discutem ser uma opressão imposta pelo patriarcado, mães principalmente pobres permanecem lidando com o mercado de trabalho, sem apoio familiar e tão pouco com a ajuda concreta das políticas feministas. Buscar soluções práticas como mais creches, apoio do governo para mulheres com filhos pequenos, ou mais espaços infantis de atividades extracurriculares para os pais deixarem as crianças são exemplos de causas que impactariam mais positivamente no cotidiano das pessoas. Não podemos deixar de mencionar que levantamentos de bandeiras, como pagar as próprias contas, trabalho, carreira profissional, são próprias do capitalismo e se fizermos uma correlação com nossos antepassados nas savanas africanas percebemos que sair e garantir o sustento não tinham significados como tem na atualidade, mas o mundo muda e mudamos com ele, porém essas reflexões são importantes para pensarmos em diferentes perspectivas e perceber que até nossas necessidades são partes de um contexto.
Portanto nos conscientizarmos das reais problemáticas que nos cercam é o caminho para superarmos esta antiga rivalidade, com respeito as particularidades que diferenciam e completam homens e mulheres e assim democratizar as discussões, afinal, feminismo ou machismo podem ser igualmente opressores e ambos devem ser combatidos.