Entre a liberdade e o determinismo...

O filósofo Baruch Spinoza afirma que " O máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão no qual quer viver!". Mas muitos acreditam no livre-arbítrio e no poder de escolher entre o bem e o mal, como se essas escolhas não tivessem pautadas em um tempo histórico, uma cultura e em uma pequena visão de mundo, determinando nossos valores, ações e pensamentos.

Apesar da liberdade ser importante e um direito garantido por lei, na prática parece mais uma ilusão que gostamos de acreditar, já que são tantas as correntes invisíveis que nos prendem, algumas até reconfortantes, afinal é mais confortável a segurança de um caminho pronto com as regras impostas, nos acorrentando voluntariamente , mas trazendo amparo e direção nesse mundo tão caótico.

Talvez haja uma sabedoria intrínseca nessa castração que nos sujeitamos, como forma de organização da vida social, pois somos tão dependentes uns dos outros que precisamos esmagar um pouco nossa subjetividade para sentirmos mais iguais e pertencentes, por isso atrevo a dizer que nem desejamos tanto essa libertação, tão pouco toleramos à do próximo e basta alguém ser diferente de nós para sentirmos incomodados. Gostamos apenas de brincar de ser livres, nos iludir com inúmeras escolhas que nem são tão nossas.

Mas afinal o que seria de nós sem o sonho da liberdade se ela que nos impulsiona a lutar para não sermos totalmente oprimidos e dominados? A verdade é que não existe uma resposta simples e pronta. A solução dessa dicotomia pode estar no caminho do meio, entre a importância da liberdade que nos incentiva a lutar por nossos direitos e do calabouço que nos controla e civiliza, mas principalmente na superação da superficial crença de que ser livre é apenas uma questão de escolha.