Um olhar sobre a diversidade religiosa...

O princípio da fé é não questionar, é ter certezas absolutas e assim censurar quaisquer outras formas de crenças ou narrativas, precisamos admitir que assegurar o livre-arbítrio que é proposto pelo cristianismo foi bem pouco praticado entre as religiões durante a história, pois seja em missões jesuítas catequizando os índios à força ou em cruzadas guerreando em batalhas sangrentas consideradas santas, o importante sempre foi o dogmatismo da verdade cristã, desconsiderando a identidade cultural de um grupo e o modo como aqueles indivíduos vivenciam a fé, encarando a liberdade e o respeito das variadas formas de relação com o divino como anticristão.

O preconceito é um dos grandes problemas das crenças inquestionáveis, pois com a rigidez de pensamento vão se criando conceitos preestabelecidos sobre outras expressões religiosas, que vão se disseminando sem ao menos procurarem compreende-los profundamente, conceitos errôneos que apenas reflete a ignorância daqueles que a difundem. Um grande exemplo são os terreiros da Umbanda ou Candomblé, religiões afro-brasileiras que até hoje é muito associado à centros malignos, referindo-se de forma pejorativa a essas práticas religiosas como macumbas ou magia negra. Também existe um equívoco com relação ao espiritismo, relacionando os centros espíritas com práticas ruins ou do mal, enfim inúmeras formas de preconceitos vão sendo repassados de geração em geração como se o bem ou o divino só pudesse ser alcançado por um único viés religioso.

Por isso buscar o relativismo, ponderando as verdades, sejam elas de cunho religioso ou científicos é o ideal para fugirmos de qualquer ativismo radical, pois até mesmo o excesso de razão pode levar a grandes catástrofe como o Nazismo, que apoiado nas ideias do racismo científico afirmava ter razões empíricas na justificação da discriminação racial, causando inúmeras mortes no final da segunda guerra mundial, ou seja, todas as formas categóricas de pensamentos ou crenças são prejudiciais para o ser humano e um pouco de ceticismo e relativismo a solução para todos esses males, pois já disse Sócrates: "Só sei que nada sei" nos ensinando que a dúvida é o melhor caminho para o conhecimento e, paradoxalmente, não sabendo, vai nos tornar mais sábios, pois quanto mais questionamos profundamente as coisas, mais percebemos que as respostas não são tão simples. E sendo menos donos da verdade, vamos compreendendo mais o mundo ao invés de impor a nossa visão sobre ele.

Edivania Patrícia da Silva
Enviado por Edivania Patrícia da Silva em 06/12/2024
Reeditado em 06/12/2024
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