🔴 O problema da coluna do Bolsonaro

Jair Bolsonaro escreveu um artigo para o jornal Folha de S. Paulo. Muitos acreditam que já é um efeito da eleição de Donald Trump. Pode ser, mas a reação mais divertida foi a dos que não leram e não gostaram.

Há algum tempo, havia uma desconfiança de que os funcionários da redação direcionavam a linha editorial, independentemente do proprietário da publicação. Privilegiar a ideologia em detrimento do lucro se mostrou um posicionamento inexplicavelmente suicida. Mas os militantes, torcedores e idiotas úteis dominaram tudo.

Pessoas que escrevem para a Folha repudiaram a cessão do espaço. Ou seja, demonstraram insatisfação pela publicação de um texto de quem não gostam. Isso foge à lógica, afinal, em uma empresa, ninguém reclama de uma contratação que contraria suas expectativas. Pelo que sei, nunca foi assim.

Um jornalista veterano afirmou que aquele texto não foi escrito pelo ex-presidente. Foi, claramente, uma crítica negativa. Porém, sem querer, ele acabou elogiando, como se dissesse: isso foi tão bem escrito, que só pode ter sido feito por outra pessoa.

Quem não é jornalista também protestou. Apesar de se apresentarem tolerantes a opiniões contrárias, exaltarem a diversidade e pregarem o amor, desperdiçaram essa grande oportunidade de provarem coerência; então, espumando de ódio, querendo proibir a opinião de Bolsonaro e exigindo que a Folha somente permita que “esquerdistas” publiquem seus textos, se manifestaram.

O verbete “democracia”, como está na moda, não poderia ficar de fora. Como um coringa, o termo serve pra tudo. A palavra de etimologia grega ocupa o lugar, nada nobre, que um dia já foi de outros coringas, como: com certeza e podescrê. Ex-BBBs e demais subcelebridades evitam qualquer debate mais profundo com: isso é antidemocrático ou é um atentado à democracia.

Era muito mais honesto quando “democracia” era só um verbete escondido, depois das palavras iniciadas pela letra “C” e antes das iniciadas com a letra “E”, no meio do dicionário. Mas não, em vez de avaliarem um político ou seu mandato pelo “preço das coisa”, como era antigamente, não, hoje, ou é ou não é democrático. Os políticos adoram.

RRRafael
Enviado por RRRafael em 13/11/2024
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