O M@níaco do Parque
Não é bom e nem ruim. Apesar da perspectiva altamente paradoxal, foi essa a sensação prevalecente ao acompanhar atentamente “Maníaco do Parque” e o conjunto de cenas usado para retratar o caso real que aterrorizou o Brasil no final da década de 90.
O filme tem basicamente dois pilares: o de Francisco de Assis Pereira, encarnado por Silvero Pereira, a quem é imputada a autoria de uma série de assassinatos, além de vários ataques seguidos por agressão e violência sexual. Do outro lado está Elena, uma jornalista nos primeiros passos de carreira. A jovem trabalha arduamente na cobertura dos crimes bárbaros, entre outras razões por enxergar nos eventos a oportunidade de deslanchar na carreira.
Para ser uma obra bem-ajambrada, o longa que faz parte do catálogo do Prime, precisava ter entregado mais intensidade. A trajetória do serial Killer é abordada de forma absurdamente superficial. Além da proposta de retratar um True Crime gradativamente ser drenada para dar vazão a cobertura da imprensa, o que leva a emergir uma série de situações inverossímeis.
O filme também não é ruim por em momento algum se revelar enfadonho. Excessivamente morno, não permite que o espectador seja alvejado pela inquietude. Até por não conseguir transportar para as telas o quão perturbador realmente foram os acometimentos.
Silvero Pereira não decepciona e até se destaca em uma ou outra passagem. O enredo fatalmente não extraiu tudo o que o ator poderia, pena ter apostado as melhores fichas nas agruras de uma jornalista iniciante a mergulhar na conturbada e ardilosa psique do Maníaco do Parque.
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