Um ensaio crítico à falta de cultura no Brasil: A Ascensão da Mediocridade.
No Brasil, a cena cultural se torna cada vez mais uma vitrine onde o que brilha nem sempre é o que vale a pena. Em meio a escritores brilhantes, cuja genialidade se perde nas sarjetas da indiferença, vemos uma indústria musical que exalta músicos medíocres, cujas letras rasas e melodias vazias reverberam nos corações de um público que, muitas vezes, prefere a superficialidade ao mergulho profundo da arte.
A falta de gosto pela cultura no Brasil é um reflexo preocupante de uma sociedade que prioriza o efêmero em detrimento do duradouro. As redes sociais transformaram a arte em produto de consumo rápido, onde a profundidade é sacrificada em nome da viralidade. Músicas que falam de amores e desilusões em frases simplistas ocupam as paradas de sucesso, enquanto poetas e romancistas lutam para ter suas vozes ouvidas. Essa disparidade diz muito sobre os valores de uma sociedade que parece se contentar com o raso, relegando a riqueza da literatura e da reflexão a um segundo plano.
Além disso, a educação cultural no Brasil frequentemente falha em cultivar um gosto pela arte que desafie, que questione, que provoque. As escolas, ao invés de serem espaços de incentivo à leitura e à apreciação da música erudita, muitas vezes priorizam a mera reprodução de conteúdos, sem dar espaço à crítica e à reflexão. Nesse contexto, os jovens crescem sem um referencial de arte que estimule a criatividade e o pensamento crítico, e a cultura se transforma em mero entretenimento.
Por trás do sucesso estrondoso de artistas que promovem a banalidade, há uma mensagem subjacente: a busca por aceitação e aprovação. A superficialidade torna-se uma forma de capital, e a autenticidade é frequentemente vista como um fardo. Enquanto isso, aqueles que se dedicam a explorar as profundezas da condição humana em suas obras permanecem à margem, invisíveis, como se sua busca pela verdade não tivesse valor.
A verdadeira cultura é uma celebração da complexidade da vida, e o Brasil, com sua rica diversidade e história, tem um imenso potencial para florescer nesse sentido. No entanto, é preciso que a sociedade comece a valorizar o que realmente importa: a arte que provoca, que questiona e que eleva. Para isso, é necessário um despertar coletivo que resgate os escritores das sarjetas e os coloque em evidência, onde possam inspirar gerações a vir. É um chamado à ação, uma urgência em rever as prioridades e, quem sabe, começar a trilhar um caminho que leve à valorização da essência cultural que nos define.