As engrenagens não param
As engrenagens não param de rodar. E eu sou só uma das peças... Sou engolida por mãos que controlam a engrenagem... Sim, as engrenagens giram incessantemente, indiferentes ao tempo, ao cansaço, ao sentir de quem delas faz parte. E eu, uma peça pequena, perdida no meio de tantas outras, sou arrastada pelo movimento implacável. Sou engolida por forças invisíveis, por mãos que controlam essa máquina imensa, enquanto eu tento encontrar o meu lugar, o meu sentido no meio de tudo isso.
Às vezes, sinto que sou apenas um fragmento, movido por vontades que não são minhas, por um ritmo que não escolhi - há mãos de comando? A engrenagem não para, não se importa com meus desejos, minhas pausas, minhas dores. Ela exige que eu continue, que gire com ela, sempre, mesmo quando meu corpo e minha alma pedem descanso.
E, no fundo, me pergunto: até quando serei apenas uma peça? Até quando permitirei ser engolida por essa máquina, sem tentar quebrar o ciclo, sem buscar uma saída? Porque, talvez, ainda haja um momento em que a engrenagem possa parar. Ou, quem sabe, seja eu a encontrar um novo jeito de girar, um jeito que seja só meu...