Recorte do Livro 100 anos de Rio Azul Pr
Não se via, então, um palmo sequer de sabedoria que superasse a de preceptores, educadores e religiosos, que viviam o início de uma perda substancial, até mesmo do que não lhes pertencia. Havia, na verdade, mas ainda não poderia haver. Havia Petrek, havia Laercio Soares, havia bandas de rock de garagem, já havia a rebeldia no seu mais puro embrião. Quem pensou em Petrek, jamais imaginou a rebeldia, a introversão louca do revés da vida, da agressão, da transgressão. Quem escreve sabe do que fala, no que se relaciona ao escrito. Talvez tenha chegado o momento de tocar na ferida, na velha ferida da nulidade, questão que arrastei comigo por muito tempo. Talvez eu reflita por dez minutos e deixe para mais adiante. É tentador, porque os paralelepípedos tem uma relação, e já falei deles, de suas frestas, de seus caminhos, e me coube não voltar ao tempo, bem quando neste momento lembro do pátio da estação de trem, no mais largo espaço vazio e ocupado por vegetação, ocasião para um ladrão de corações, para decorações. Deixemos as decorações.