A sustentável inexistência do ser
Para quem acredita na existência de Deus, Ele existe de fato.
A recíproca também é verdadeira.
O mesmo vale para a alma.
A diferença entre quem acredita na existência de Deus e da alma para quem não acredita é que o primeiro vive em função de um propósito maior, ele espera que espiritualmente venha a se tornar um ser “maior” e mais “completo” do que esse “ridículo, limitado que só usa 10% da cabeça”, enquanto o segundo coloca a si mesmo numa posição de completa inutilidade diante de uma perspectiva de Vida divina.
Se o Universo, apesar de toda a lógica e coordenação que o rege, é obra do Grande Nada com nenhum propósito, qual é a diferença entre vivermos 80 anos ou poucos dias? E que diferença existe entre nós e as bactérias por exemplo, onde ambos tem uma importância apenas circunstancial?
Se não temos utilidade para nós mesmos, muito menos seremos úteis para o Universo.
Pensemos da seguinte forma: o Universo tem incontáveis bilhões de anos de existência, um tamanho impossível de se avaliar e na Terra existem mais de 8 bilhões de pessoas, nesse contexto o que seria uma única pessoa que vive míseros 70, 80, 90 ou 100 anos e depois desaparece para sempre? Seria infinitamente menor que um grão de areia no conjunto de toda a areia existente na Terra.
Os adeptos desse princípio “nulista” ainda podem sentir que tem uma importância relativa se forem possuidoras de uma sabedoria “vinda de uma obra do acaso” e contribuírem com uma invenção importante ou ideia brilhante que faça diferença para a Humanidade. Porém, se não conseguiram ser mais do que um funcionário subalterno de uma empresa privada ou órgão estatal ou um professor dispensável que não conseguiu nem ser simpático com seus alunos, realmente conseguiram o propósito autodeclarado de serem nada.
A situação desses seres dispensáveis para a Vida é tanto mais ridícula quanto mais eles procuram na literatura e outros meios, possíveis justificativas para convencerem a si mesmos da sua insignificância e muito mais estúpida quando eles se “emprenham” em convencer outras pessoas de suas convicções.
Quando vemos essas pessoas falando de “amor” e de outros “sentimentos”, fica bem claro que estão tentando “aparecer bem na foto” usando meios dos quais elas não tem nenhum conhecimento, porque amor, humildade e felicidade em sua verdadeira essência, não são sentimentos, são estados da alma e elas não reconhecem a existência desta e portanto, não são capazes de alcançar um estado inexistente (para elas).
A explicação para o título deste texto é que se uma pessoa se propõe a ser nada, ela pode realmente se justificar como nada, do ponto de vista intelectual.