DILEMAS ÉTICOS E RESPONSABILIDADE

     O aumento das possibilidades criadas pelo ser humano através de tecnologias de última geração, de inteligências artificiais que trazem tantos deslumbramentos simulando realidades virtuais e dos demais avanços técnicos capazes de mudar a nossa percepção do tempo-espaço, também amplifica os nossos dilemas éticos e, principalmente, alarga a nossa responsabilidade por nós mesmos e pelo nosso semelhante; como também diante de outros seres vivos e da própria natureza na qual fazemos parte.

     Vale lembrar que a palavra ecologia (junção das palavras gregas oikos e logos) nos remete a morada, habitação, ou seja, não deixa de ser a nossa própria casa que está em jogo com o despontar de inúmeros "progressos" criados pela inteligência humana. Quando o que está em jogo é extrair os recursos para uma melhor co-existência, já está posto de antemão o desafio ético que sempre coloca em pauta as relações e as relações com os seres vivos. Fugir desses dilemas que envolvem reflexões filosóficas abissais é por a própria vida em risco; sob o jugo da ausência de valores e de sentido existencial.

      É possível que o ente humano crie realidades que podem ultrapassar muitas limitações impostas pelas barreiras físicas ou geográficas. No entanto, viver como se fosse o senhor soberano do cosmos, o detentor de todas as possibilidades, é o maior contrassenso disseminado em nossa era, porquanto não somos infinitos em nosso poder, jamais ilimitados em nosso campo de atuação.

      Somos, indiscutivelmente, seres limitadíssimos. Por conta disso, atribuímos significados na criação de ferramentas e artefatos que abrem os caminhos do desenvolvimento técnico. E ainda que o homem faça proezas de relevância, cuja magnitude desafia novas demandas de reflexões morais e éticas, permanece válido algumas posturas e atitudes que poderão norteá-lo no presente e no futuro.

       É interessante dizer que a insistência do temor quanto ao caos, bem como o cuidado com o próprio ser e com a alteridade de outrem, servem de impulso para que as formidáveis conquistas não venham a ser as eventuais causadoras da derrocada de nossa civilização ultra-globalizada.

     Porventura, o sentido de ser ético e responsável, passível de ser enraizado no coração do homem para o resgate de sua verdadeira humanidade, não seria uma tomada profunda de consciência e de compreensão e, como consequência, os maiores progressos da vida na sua totalidade? 

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 21/09/2024
Reeditado em 21/09/2024
Código do texto: T8156574
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