O pesadelo de Ephialtes
Aquilo com o que lidamos quando nós próprios sonhamos ou quando alguém nos relata seus sonhos é com a deformação da "pobre memória", a terrível força do Superego e as sombras móveis do Id, fatores que nos distraem, nos afastam do sonho em si mesmo, e somente nos deixam os restos, os traços mnêmicos para serem desvendados. Mas o foco é o conhecimento do Eu ou as máscaras variadas que escondem uma realidade psíquica.
Parece que, pelo menos em pessoas que apresentam sintomas das neuroses atuais, traumáticas, estados obsessivos e condições psicopatológicas pré-psicóticas, a frequência dos sonhos de angústia é maior, evidenciando que os mecanismos de defesa, por sua fortaleza, impediram o sonhador de continuar o sono e o sonho. Estamos diante de instantes de "infernos subjetivos", revelando talvez "a coisa que eu sou"; essa revelação, no entanto, sucumbe por causa de uma angústia terrível, ameaçadora do sono, do sonho e do pensar, inclusive do trabalho de pensar onírico na inconsciência de Ephialtes que ajudou o rei persa a encontrar um caminho alternativo no desfiladeiro permitindo surpreender pela retaguarda, derrotando e eliminando completamente o pequeno grupo de defensores. Ephialtes nunca foi recompensado como esperava, e com medo, fugiu e foi morto, seu maior pesadelo.