Porque os “progressistas” não são progressistas

Para responder essa questão temos que voltar a Revolução Francesa, porque os “progressistas” se propõem ser “revolucionários” e como aquela é um único movimento político-social na História da Humanidade que pode ser realmente considerado uma revolução e além disso, teoricamente, foi feita de “baixo para cima”, nada mais natural que seja inspiradora de novos movimentos “revolucionários” com o propósito de “destruir a estrutura de poder e opressão vigente”.

Os intelectuais franceses daquela época se propuseram a destruir a sociedade e construir uma nova a partir do nada.

Talvez eles tenham sido possuídos por alguma divindade revolucionária proveniente das profundezas do Inferno.

Assim:

- em nome da “liberdade” impuseram sua vontade;

- em nome da “igualdade” promoveram injustiças contra os “desiguais”;

- em nome “fraternidade” assassinaram dezenas de milhares de pessoas, incluindo o rei, a rainha, o príncipe, padres, freiras, idosos, mulheres e crianças.

Os “revolucionários” posteriores, seguiram basicamente o mesmo pensamento e linha de conduta, incluindo Karl Marx e os “filósofos” marxistas.

Os diversos regimes comunistas que se instalaram em vários países, desorganizaram a evolução normal das respectivas sociedades, destruíram suas economias e assassinaram mais de 100 milhões de pessoas inocentes em tempos de paz.

Os condutores das “revoluções” nunca se dispuseram a admitir sua incapacidade de agir racionalmente, por motivos óbvios, e que seus propósitos eram unicamente conquistar e manter poder sem limite. Quando seus planos fracassavam, como sempre aconteceu porque eram fundamentados na negação da natureza e espiritualidade humana, os planejadores invariavelmente tentavam forçar que as sociedades se adaptassem a eles, em vez de reformulá-los para que se adaptassem às sociedade.

Mas como proceder de forma racional se isso implicaria reconhecer que suas doutrinas eram, não só inúteis, como também perversas?

Os autointitulados progressistas também se veem como “revolucionários”, pois suas pautas se baseiam na destruição de tudo que a Humanidade criou em milênios e que, apesar de suas falhas, possibilitou que sejamos o que somos hoje, ou seja, produto de um progresso às vezes lento, mas decidido.

Na sua visão irracional de mundo, eles só enxergam falhas, porque partem do princípio que o mundo é o que é porque a “burguesia capitalista” assim o quis e para isso moldou a Cultura, a Fé e os Costumes simplesmente para dominar todas as sociedades.

Com sua deficiência cognitiva e, talvez devido a ela, o desprezo que nutrem pelo Conhecimento, os progressistas se empenham numa luta pela destruição diária do mundo, ou seja, o ontem deve deixar de existir e o amanhã tem que ser construído com base em nada, porque o hoje deverá ser esquecido a cada novo dia seguinte.

O que para nós, conservadores, se mostra como uma sequência ilógica e macabra que só é possível a pessoas ignorantes ao extremo ou decididamente mal-intencionadas, para os “progressistas” é uma questão de sobrevivência, visto que suas providências invariavelmente resultam em danos para as sociedades e criam necessidade de novas providências, portanto, o ato de apagar o “ontem” é uma forma psicológica de apagar os próprios erros.

Além disso, como o mundo não pode sobreviver sem a ação das pessoas que eles chamam de burguesas, reacionárias, etc., as quais os sustentam, seu empenho em apagar o “ontem”, também tem o propósito de ignorar o que não é construído por eles.

Um exemplo de como uma sociedade pode ser prejudicada por um distúrbio grave que a priva de sua evolução normal, é a própria Revolução Francesa. Ela teve como consequência uma série de “remendos” que, acredito, ninguém pode garantir que resultou numa França melhor do que ela seria se tivesse seguindo seu processo histórico normal.

Resumidamente, são eles:

- Período Napoleônico (1799-1815);

- Restauração Monárquica (1815-1848);

- Segundo Império (1852-1870);

- Terceira República (1870-1940);

- (Regime de Vichy) – Cito esse período entre parênteses para questionar se essa vergonha pela qual a França passou na Segunda Guerra Mundial, teria acontecido se ela não tivesse sofrido o golpe da Revolução que a enfraqueceu e assim teria sido um país em condições de enfrentar os nazistas de igual para igual.

No meu entendimento, a França perdeu 156 anos de sua História, que é o período entre a Revolução e o fim da Segunda Guerra Mundial, sem considerar os anos de sua “reconstrução” material e social pós guerra, período esse que ela poderia ter realmente progredido.

O progresso

O progresso só pode ser medido se tivermos uma referência anterior consistente.

Uma sociedade estabelece-se segundo uma ordem e estruturas que se consideram definitivas. Uma sociedade não pode se pensar como provisória ou transitória. Em princípio ela é tida como definitiva até que fatores surgidos no próprio processo de amadurecimento, muitas vezes induzidos também por contribuições positivas externas, tenham força suficiente para modificá-la e invariavelmente elas caminham em direção ao progresso.

Progresso material e espiritual é um impulso natural do ser humano que se refletem nas sociedades e não um atributo que depende de algumas poucas “mentes iluminadas” que se dispõem a promovê-lo a força.

Os “liberais”

Nos Estados Unidos, os progressistas/esquerdistas são conhecidos pelo termo “liberais”, que não tem relação com a Economia.

A influência dos “liberais” na sociedade e na política dos Estados Unidos começou a crescer a partir das décadas de 1950-60.

As pautas “liberais” de lá influenciaram e influenciam as pautas dos “progressistas” daqui.

Note-se que nesse caso os Estados Unidos não são considerados imperialistas e os progressistas não são colonizados por aquele país.

As pautas “liberais” (ou seriam libertinas e permissivas?) só podem ter sucesso se associadas com a agenda de governos de Esquerda, que basicamente se resume na intromissão na Sociedade e no assistencialismo, o que a enfraquece e a torna pouco produtiva.

Segundo um estudo da Urban Institute, publicado em 2017, o número de nascimentos ilegítimos (fora do casamento) nos Estados Unidos aumentou de cerca de 5% em 1960 para aproximadamente 40% em 2016, representando um aumento de aproximadamente 400%.

De acordo com dados do US Census Bureau, o número de crianças vivendo em lares com apenas um dos pais triplicou, passando de aproximadamente 8% em 1960 para cerca de 24% em 2020.

Um relatório da American Psychological Association de 2017 indicou que a taxa de suicídio entre adolescentes americanos entre 15 e 19 anos triplicou entre 1960 e 2017.

Segundo dados do FBI, a taxa de crimes violentos (homicídio, estupro, roubo e agressão grave) nos EUA aumentou aproximadamente 500% entre 1960 e 2020, passando de 160,9 por 100.000 habitantes em 1960 para 398,5 por 100.000 habitantes em 2020.

Quem vê essas mudanças como “progresso” só pode ter algum distúrbio mental.

No Brasil, independente das estatísticas oficiais, que não são muito confiáveis, é fácil perceber a crescente degradação social por simples observação visual e com um mínimo de honestidade intelectual podemos ver que ela também coincide com a crescente influência do Pensamento de Esquerda/progressismo a partir do fim dos Governos Militares.

Além dos males relatados acima, existem outros, como emburrecimento geral dos jovens, a indisposição e incapacidade intelectual para o trabalho, a fragmentação e antagonismo social, o mau humor social, decorrente da proibição de se fazer piadas, etc.

Pelo que foi exposto, a conclusão que podemos chegar é que, é necessário alta dose de cinismo para se dizer que os “progressistas” promovem algum progresso material, intelectual e principalmente espiritual para a Sociedade.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 28/07/2024
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