#CXXXIV - Pensamentos intrusivos I
(Haverá, a seguir, algumas possíveis figuras de linguagem: ironia, metáforas, hipérboles, sarcasmo e outra que esqueci, portanto não há fundada motivação para me processarem)
O nome desse texto deveria ser monogamia, haha.
É um ensaio apenas, um escrito, uma fuga, um abraço no caos, uma constatação de uma mente inquieta.
As motivações desse texto vem de uma leve frustração que me corroeu pela manhã de um dia desses, pela tarde, por uma noite inteira e, até em um sonho meu.
Me decepcionei com uma garota, ela não me fez nada, nada além de existir(dramático ela diria), mas o texto é para lidar comigo, não com ela, para ela foi só sexo, uma cura ao tédio, uma volta ao mundo. Como esse texto não chegará a ela, escreverei livremente, mas caso chegue, é só um texto. Eu fiquei cego, pelo visto, esqueci os protocolos e formas de jogar o jogo das relações. Tanto que estou registrando num site de desviantes, estranhos, malucos, melancólicos ou talvez apenas de pessoas que gostam de artes mortas ou moribundas. O pior de estar frustrado é a raiva, por outro lado, o pior de não ser burro(ao menos não se considerar burro) é perceber que nem tudo que você quer, será que como você quer. Todos dizem o mesmo, mas há outras milhares... Sim, sabemos, é só seguir, sabemos também. O problema é o ego, o meu não está ferido, está com vontade de dar um cheiro nela. Bom, desculpem-me, errei, fui moleque, o texto é sério. Voltamos ao escrito dramático, digo, sincero e doloroso. Eu resolvi fazer uma anamnese, me entrevistei e resolvi escrever sobre essa sensação, que é: Desejar. Em reação a isso, senti uma vontade imensa, mas imensa mesmo de conversar comigo mesmo, cá estamos. O intuito desse texto é esquecê-la, esquecer aquele momento, aquele olhar, não digo que o problema foi o sexo, isso é fácil de achar, tem em toda esquina. O problema é que esqueci aquele olhar, aquele cheiro, aquela expressão firme, inquisidora, duas pedras de jades, um sorriso lindo, uma muralha que esconde uma menina frágil, doce e sonhadora. Tantas regras, normas e barreiras, ninguém vai te fazer passar aquilo de novo, aqui não é sobre eventos, mas sobre dores e sensações. Eu detesto o que vou escrever a seguir, mas confesso que gostaria de ter você aqui deitada em meu peito novamente, enquanto eu acaricio seu lindo cabelo, eu sei que esqueci como ele é, esqueci que é macio, cheiroso, esqueci até do seu corpo atlético moldado por oxandrolona, sim gente, realmente era moldado. Mas o mais lindo eram os memes, os memes eram horríveis e baixos, por isso pensei muito nela, não há como não se apaixonar por uma garota inteligente e bem humorada, apesar da cara fechada do começo. Tudo isso, todo esse sentimento visceral, que me consumiu por um dia é fruto de uma expectativa, um fantasma delirante. Depois de elaborar, pensar sobre, escrever um texto talvez três vezes mais longo que esse, fiquei com um questionamento, será que eu iria querer namorá-la? Parece uma piada, mas a escrita é salvadora, revigorante, esclarecedora, será que depois desse movimento, dessa angústia, desse texto, dessa lembrança, será que eu iria querer namorar ela?
Boa noite, garota, você é maneirinha.
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"Os opostos se distraem...
Os dispostos se atraem." Teatro mágico
E uma música para esse momento: Piano Bar - Engenheiros do hawaii