Muda-se o sujeito, renasce o novo
Muda-se o sujeito, renasce o novo
Ivonoel cardoso
Eu nem sempre fui assim
Com estes olhos fundos
Com rosto petrificado
Com voz áspera
E andar solitário.
Nem sempre fui fechado
Nem desconfiado
Ou apressado.
Outrora, fui outro de mim,
Mais alegre,
Mais confiante
Mais contagiante
Mais participativo
Mais amigo.
As mudanças vieram com o tempo,
Apenas o reflexo do que recebemos.
O outro evidência-se por inteiro
E nós obriga a viver com receios.
Receios de se doar,
Receios de se machucar
Receios de se alto anular.
Nem sempre fui assim
Com esta percepção disparada,
Sempre alerta, antenado
Que ver maldade em tudo
Os sentidos sempre aguçados.
Agora sou outro de mim,
Mais maduro e mais calado
Planejando cada passo
Desta vida equivocada.
Gosto mais desse meu eu
Que está a anos Luz
Criando o próprio universo
Do que lhe proporciona luz.
Agora, o protagonismo é meu,
O outro que não se atreva,
A roubar cada segundo
Dessa vida de belezas
Que se constroi aprendendo a ser só
Contando somente com Deus.