Kant e o ideal racional
Immanuel Kant , jamais saiu tão longe de sua cidade e mesmo assim impactou profundamente o pensamento Ocidental. Filho de pai seleiro e uma mãe de notável inteligência. Seus pais, devotos da igreja Luterana, de um ramo pietista desta, e que tinha como linhas mestras teológicas, da simplicidade e obediência à lei moral.
Kant foi sem dúvida um dos principais pensadores do período que ficou conhecido como o “Iluminismo”, o século das luzes por assim dizer. Foi um período em que a razão subiu ao altar do saber humano, um rebento da Renascença, e que reverberou até hoje na contemporaneidade. O prussiano Kant foi um dos maiores filósofos de todos os tempos. Ele incluiu no seu sistema de pensamento, novas e vertiginosas tendências ancoradas no racionalismo de René Descartes, com um forte viés para a razão; coadunado com o empirismo (prática) enfatizando aqui os aspectos da experiência de Francis Bacon. Esta fértil junção de dois sistemas de pensamento baseados de forma latente na “razão” foi fator inaugural de uma nova era de desenvolvimento da filosofia e do pensamento, em que o conceito racional uniu-se com a prática experimental. E teve impacto tanto na filosofia como mencionado, como nas Ciências.
Contudo, no tocante às questões que envolvem o idealismo racional, o modelo de Kant a crítica tem um lugar central. Ela é um pressuposto da independência de pensamento da pessoa, da razão subjetiva efetivada pela crítica kantiana. O sujeito então pode por meio da razão tornar-se autônomo no pensamento, e isso se dá pelo acesso do indivíduo às regras de comunicação e ação da linguagem. É evidente que toda a concepção crítica kantiana, tem um forte pressuposto de concepção pertinente à racionalidade.
Baseado na obra seminal de Kant, intitulada de “Crítica do Juízo”, é possível perceber os pontos que resumem o ideal kantiano da razão.
O primeiro ponto é o do indivíduo “pensar por si mesmo”; significa que é atinente a autonomia da razão, constituída e edificada aos poucos e não a per se, como se já estivesse inerente à pessoa desde o seu nascimento.
O segundo ponto é o de “pensar do ponto de vista dos outros”; é uma natureza pertinente a intersubjetividade da razão, sua relação e origem, com a comunidade, ou seja, a sociedade em que o indivíduo está imbuído.
E o terceiro ponto é “pensar de acordo consigo mesmo”; corresponde a premente necessidade de ter coerência no discurso. É um regramento estrutural que tem relação aos valores, crenças, moralidade, enfim todos os adjetivos que dão sentido e racionalidade ao ato de comunicar-se.