Afinal, pode alguém "conhecer" a Deus apenas lendo a Bíblia?
Ou seria essa uma forma de alimentar e reforçar nossas crenças já existentes?
Há uma diferença substancial entre crer e conhecer.
Crer é uma semente plantada no coração, um vislumbre de fé que brota e cresce com o tempo.
Conhecer, por outro lado, é como mergulhar nas profundezas do oceano, sentindo cada corrente, cada mistério que a superfície esconde.
A leitura da Bíblia, para muitos, é um ato de devoção, um caminho para se aproximar do divino. Contudo, a verdadeira compreensão do sagrado não se limita às palavras impressas.
Ela vai além, transcendendo o papel e a tinta.
O verdadeiro toque do divino, a essência do sagrado, está na prática do que se lê.
Quem pratica o que lê, quem vive os ensinamentos com sinceridade e coração aberto, pode, a seu modo, tocar o sagrado.
Esse toque não é um momento de revelação grandiosa, mas uma série de pequenos gestos, de bondade e compaixão, de justiça e humildade.
É no cotidiano que se manifesta a verdadeira face de Deus, não em teorias, mas em ações.
Assim, a Bíblia se transforma não apenas em um livro de crenças, mas em um guia para viver plenamente, para conhecer Deus em cada gesto de amor ao próximo, em cada ato de perdão, em cada palavra de consolo.
Conhecer a Deus, portanto, é um caminho de prática, de experiência vivida, onde a fé se transforma em vida e a vida se torna uma expressão do divino.
Que possamos, então, ler e praticar, crer e conhecer, tocando o sagrado em cada dia que nos é dado viver.
Pedro Rocha