FALTA UMA METADE

Talvez eu tenha me embrenhado tanto na seriedade da vida e nas responsabilidades que eu tenha me esquecido de como é sentir um aconchego de um abraço de alguém que eu pudesse chamar de amor, de ser aquecido durante a madrugada por uma pessoa que quisesse dividir os dias comigo.

Saudade de ter um contato salvo com o nome amor e um coraçãozinho, bem como de sentir aquela ansiedade boa para encontrar logo com ela e dizer que senti falta e que não via a hora de vê-la, de beijá-la tranquilamente e me sentir preso num abraço apertado. Mas me embrenhei fundo demais nas responsabilidades da vida.

No chão, só rastro pesado de tanto cumprir os deveres de cada dia, de tentar ser bom o bastante pra ser autossuficiente.

Esse negócio de amor próprio não me preencheu, precisei encontrar uma parte com a qual eu dividisse esse treco todo e me sentir vivo e amado. Não que eu transferi a responsabilidade da minha felicidade, mas me faz falta ter uma outra metade.