PAPO INÚTIL

Vamos focar na inutilidade de certas indagações antigas que nos fazem. Atualmente, em plena crise, fala-se de uma terceira guerra mundial ou da queda do imperialismo americano e do avanço do Mundo Multipolar.

Mas do que falamos? De tediosos debates entre democracia x comunismo, terraplana x terra redonda, ateus x agnósticos, ciência x religião - polêmicas que reproduzem o senso comum. Inútil, tudo isso é inútil. É o famoso “pão e circo para as massas” garantindo a ignorância de todos sobre tudo.

As elites dominantes têm sempre o apoio dos medrosos setores médios ou novos ricos, receosos de passarem a ser povão. A meta deles é defender o sistema e enricar. Só uma elite pensante é que tem mais massa cinzenta e consegue enxergar os mecanismos de dominação. O terraplanismo chega a ser hilariante, pois é só olhar o formato da lua, o eclipse do sol e as fotos da terra por astronautas. É incrível! Até hoje tem gente que não acredita que o homem foi à lua!

Pior é a polarização entre ateus e agnósticos. Todos deviam respeitar as pessoas que não se enquadram nem como ateus e nem como agnósticos. Pior é que os que se dizem ateus são logo rotulados como comunistas! Só é relevante o Deus das sociedades “avançadas” ocidentais. E como ficam os indígenas, negros e orientais que não têm o mesmo Deus dos cristãos/monoteístas? São politeístas. Estes grupos que não foram cooptados pelo padrão religioso ocidental não valem nada? Só nós, “cidadãos” isentos de qualquer suspeita somos povos civilizados?

Assunto que quase todos escapam, ou não sabem discutir é a polarização entre panteísmo x antropomorfismo. Que empáfia têm os grupos chamados “civilizados”, eles que criaram um Deus à “sua imagem e semelhança”... As altas hierarquias religiosas abençoam os crédulos discípulos que adotam os dogmas, enquanto os que cultuam os fenômenos da natureza são selvagens, fadados às trevas e aos rituais satânicos.

O brilhante cineasta Glauber Rocha no filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1962) analisa a exploração dos sertanejos nordestinos. E, lançou o seu grito de guerra com o compositor Sérgio Ricardo “a terra é do homem, não é de Deus e nem do Diabo”. Só falta concluir que todas as polêmicas mencionadas são ilusórias, pois na terra vivem os homens que através da cultura criam as religiões voltadas para todos os povos que habitam o planeta Terra.

ISABELA BANDERAS
Enviado por ISABELA BANDERAS em 22/05/2024
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