Confluências

Vivo nesta confluência entre o logos e a existência. Enquanto o logos dá voz à existência, a existência dá a visão corpórea ao logos - tornando um intrínseco ao outro simultânea e permanentemente. Não falo de filosofia - que não sou filósofa, nem dele aprendiz. Sou poeta. Falo da vida. E a vida se faz na existência e na palavra. Eterniza-se no logos e desintegra-se na existência - é que vamos morrendo aos poucos. Nesse desintegrar-se e eternizar-se seguimos nossa estrada - cada dia a mais é menos um, sem verso e reverso. Mas isso não embrutece a vida - é fato dado, posto e com este destino já viemos ao mundo. O poeta tem a tarefa de tornar a existência eterna na palavra. Perpetua a vida na Poesia. Com ela o caos, a ideia, o pensamento, o sentimento, a intuição, o querer e o amar. Ah! o amar! Amor na Poesia. Por ela faço uma prece: que percorra meu corpo em seus mistérios insondáveis, que cruze minha mente e me habite o coração eternamente. É quando minha alma chega à fronteira final do amor: desemboca no oceano do além, no Mar azul desse sentimento - onde o Poeta comunica todo o seu amor -, que nada mais é do que o profundo, puro e belo do seu coração! O coração do Poeta: em sua Poesia, desemboco em seu Amor!