O nosso desejo

Tomando um último gole de café frio e apreciando um podcast que eu sentia saudade, percebo que a tristeza que habita em mim ecoa uma voz que é minha. Sabe aquele medo de dá um passo? Aquele desejo, que sempre esteve ali, não, mas eu sempre quis esse passo, mas é esse passo que vai me emancipar. Não. Hoje eu percebo que talvez não.

Eu precisei me corroer de culpa, para talvez me libertar. Deus me perdoe, mas eu não reconheço mais meus próprios desejos.

Talvez por isso eu tenha chorado tanto por coisas que não aconteceram. E tudo bem, pq talvez só por esse caminho eu fosse capaz de entender que não seria capaz de sustentar algumas escolhas.

Hoje, aqui, eu retirei o anel do dedo. E me senti tão livre.

Essa liberdade me assusta.

Eu não deixei de querer algumas coisas que queria antes, mas talvez, a desconstrução seja necessária para a metamorfose.

Amo quem eu sou. Essa alegria que existe em mim, essa força criativa, essa força que trabalha, que se pinta, que se ergue das cinzas. Mas por vezes, ela se apaga em meio a você. Você me esconde. Não me cabe atrás de você.

Não sei quem eu sou. Nem quem gostaria de ser. Só sei ser e sentir.

Alguns desejos já não são mais meus. Eu quis tanto o amor que o sufoquei. Como se a materialização do amor fosse o vestido de noiva e o véu.

Não poderia estar mais enganada.

Não poderia estar mais distante do amor.

AndoOliveiras
Enviado por AndoOliveiras em 15/05/2024
Código do texto: T8063610
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