CXXXI - Escrito aleatório sobre a idade.
Sábado à noite, escutando Queen.
Tenho estado bem cansado, a rotina de ser responsável é debilitante. Em teoria, estou me tornando a nice guy, focado em paz e bondade, um delirante, creio eu. A culpa de ser normal, arcaico e saudosista é minha, eu sei, eu sei. Sinto-me alheio e estranho, uma pessoa ranzinza com um humor ácido, às vezes. Me pergunto se o mundo no qual vivi meus primeiros anos eram realmente tão bons assim ou se talvez é apenas a vida real, que veio após os vinte e cinco, me bateu bem forte. Admito que superei todas as expectativas. Adianto, um pouco atrasado confesso, que é só mais um texto de sábado à noite. Tenho aprendido bastante com meu advogado, percebo que existem grandes pessoas escondidas em meio a esses escritórios sem coração e bondade. Descobri com ele que CNPJ não tem coração, mas apesar do grande profissional, o "doutor" como dizem, é alguém de grande coração e inteligência. Perdi alguns amigos, fracassei com eles, me prendi as velhas lembranças, doloroso, mas imagino que faça algum sentido. Eu não vou atrelar ao que restou, más expectativas. O tempo, como dizem os mais velhos, cura tudo...Curar, nem sempre é reanimar, religar, reconectar, pode ser apenas levar o que resta de bom. O que mais me surpreende é que o que meu professor de biologia disse no terceiro ano era real, "não espere muitos amigos aos quarenta..." O doutor diria "Pense com a cabeça, deixe de ser inocente. " tenho aprendido bastante, na mesma proporção que meu mal humor cresce, as piadas ainda são engraçadas, me pego rindo às vezes. Ter lido sobre pessoas, não me ajudou muito a melhorar meu network, continuo sendo sincero em momentos errados, preciso aprender que a sinceridade, assim como azeitona, não cabem em todo banquete. Tirando tudo isso, tenho dado a volta por cima, todo dia passo pela ponte. Andar no caminho da luz não é fácil, mas é prazeroso, durmo com muita facilidade. Por mais triste que pareça o texto, lamentos e ironias, espero ser entendido. Tenho estado muito só, escrever é um recurso terapêutico e para que eu não me torne um analfabeto funcional. Um comentário sobre pessoas que estão atoa criando teorias, segue o conselho de um amigo: "picuinha demais é falta de trabalho." Não é uma indireta, mas por notar que esse comportamento é comum, resolvi deixar um comentário solto.