O DIA PARECENDO METADE
E é quando a vida bagunça
Que dá medo da arrumação
Que dá preguiça de recomeçar
Reconectar, esclarecer
Expor a si e ao outro
Quem vai arrumar o quê
Onde recolocar o que se aproveita
Quem levará o descarte
Quem ficará sem resgate?
Imaginemos que tudo seja suposição:
A vida desordena
E faz contentes
Os que se alimentam da confusão
E desconforta
Os que não querem sair à luz
E aí?
Quem vai e quem fica?
Quem fica manterá o caos?
E era de quem fica o caos?
Pois é quando a vida bagunça
Exatamente neste momento
Que se dá conta
Do vazio que era a arrumação.
Quando o dia parece metade.