Os Bosques dos Sentimentos
Conheci um lugar peculiar, composto de trilhas para bosques de sentimentos:
Bosque da Alegria
Bosque da Felicidade
Bosque da Paz
Bosque da Serenidade
Bosque da Tranquilidade
Bosque da Liberdade
Bosque da Tristeza
Bosque da Raiva
Bosque da Medo
Bosque da Nojo
Bosque da Surpresa
Bosque da Empatia
Bosque da Compaixão
Bosque da Gratidão
Bosque da Vergonha
Bosque da Culpa
Bosque do Arrependimento
Bosque da Admiração
Bosque da Orgulho
Bosque da Inveja
Bosque do Amor
Bosque do Desejo
Bosque da Esperança
Bosque da Fé
Bosque da Curiosidade
Bosque da Criatividade
Bosque da Ansiedade
Bosque da Frustração
Bosque do Tédio
Bosque do Sofrimento
Bosque da Solidão
Havia bosques que tinham trilhas que levavam para outros bosques, conforme cada um lidava com seus próprios sentimentos aprendidos em cada bosque.
O início da trilha era o nascimento, e a criança ao longo do tempo vagava entre os bosques.
Geralmente entravam no Bosque da Surpresa, assim que nasciam e conheciam um novo mundo, mas em seguida ao ver e sentir as dores do mundo, corriam para o Bosque do Medo. Alguns ali permaneciam, às vezes indefinidamente, não raro corriam para o Bosque da Solidão e para o Bosque do Sofrimento, às vezes se aventuravam no Bosque da Curiosidade.
Ali se permitiam conhecer novos bosques, o da Liberdade, da Alegria, da Tristeza e da Raiva. No Bosque da Raiva eram compelidos a conhecer o Bosque da Inveja e o Bosque do Orgulho, alguns acabavam no Bosque do Sofrimento e da Solidão, por muito tempo às vezes. Depois de algum tempo nesses bosques, acabavam conhecendo o Bosque da Culpa e o Bosque da Vergonha e encontravam o Bosque do Arrependimento.
Dali começavam de novo, escolhendo novos bosques, levando em conta o que aprenderam nos bosques que já conheceram.
Os que chegavam ao Bosque da Fé, ou iam para o Bosque da Frustração, pois queriam o Bosque da Felicidade sem antes conhecer o Bosque da Empatia, ou iam para o Bosque do Arrependimento, da Vergonha, da Culpa, mas seguiam em frente e encontravam o Bosque da Serenidade e da Tranquilidade. A partir daí já sabiam como chegar ao Bosque da Empatia, da Compaixão e da Gratidão. Alguns acabavam por adentrar o Bosque da Inveja e do Orgulho, onde acabavam novamente no Bosque do Sofrimento e da Solidão, de onde começavam tudo de novo.
Mas havia os que ao chegar ao Bosque da Empatia, da Compaixão e da Gratidão, se fortaleciam no Bosque da Fé e permaneciam no Bosque da Paz, compartilhando o Bosque da Esperança a todos os que conheciam. Esses encontravam o Bosque da Felicidade e da Serenidade e conheciam o caminho do Bosque da Tranquilidade.
Muitos que andavam pelo Bosque da Solidão, encontravam o caminho para o Bosque do Amor. Mas no Bosque do amor podia-se facilmente entrar pelos Bosques da Tristeza, da Raiva, do Medo, do Nojo e da Surpresa.
Pois o Bosque do Amor era o mais complexo de todos, havia trilhas para os mais diversos Bosques.
Se o amor era correspondido, entrava-se no Bosque da Alegria, da Felicidade, da Paz, da Serenidade e do Desejo. O Bosque da Tranquilidade invariavelmente levava aos Bosques da Tristeza, da Raiva, do Medo, do Nojo, da Ansiedade e do Tédio, o que poderia fazer com que entrassem nos Bosques do Sofrimento e da Solidão, e teriam que começar novamente.
Mas se no Bosque da Tranquilidade houvesse caminhos para os Bosques da Admiração, da Criatividade e da Liberdade, permaneciam nos Bosques da Felicidade e da Paz.
Nesses Bosques a humanidade se perde ou se encontra, dependendo das escolhas que fazem.
Amores e ódios profundos, medos e coragens extremas, caridade e orgulho, tudo isso faz parte de nossas vidas em algum momento. As nuances de sentimentos às vezes se confundem, são tênues as tramas que separam um sentimento de outro, mas o mais interessante é que isso é o que nos faz humanos.
Nossas imperfeições nos fazem humanos, e não a espécie que pertencemos, catalogada de forma fria e imparcial. Portanto não somos humanos por sermos classificados como Homo sapiens, somos humanos por que temos sentimentos, vastos bosques de sentimentos, pensamentos que levam a sentimentos, sentimentos provenientes de pensamentos.
Os Bosques de Sentimentos que adentramos, é complexo demais para definir linhas de sentimentos.
Viver é percorrer esses Bosques à procura de nós mesmos, nossa identidade, nossa felicidade, o resto é etimologia tentando classificar a origem do nome de nossos sentimentos.