ANTIFARISEU — Ensaio Teológico VII(27) “A Sexualidade na Era do Consentimento: Um Desafio à Moralidade Evangélica”

O ensaio a seguir aborda a questão da sexualidade humana e a postura de alguns segmentos evangélicos em relação a ela.

A visão moralista e repressiva de alguns grupos evangélicos, que rotulam o "sexo casual" como um caminho para a "morte" e o "inferno", é uma simplificação prejudicial das complexas e diversas experiências humanas. Como Paulo escreveu em 1 Coríntios 6:12, "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine".

Estudos contemporâneos no campo da psicologia e da sexologia desafiam essa perspectiva, demonstrando que relações consensuais e responsáveis não representam um risco à saúde mental ou física dos envolvidos. Como Shere Hite observou, o sexo casual pode ser uma experiência positiva, desde que ocorra com consentimento mútuo e medidas de proteção adequadas.

Michel Foucault criticou a imposição de normas rígidas sobre a moralidade sexual, argumentando que a sexualidade é uma construção histórica sujeita a mudanças e variações culturais. Como ele disse, "Não há uma única verdade absoluta sobre o assunto".

Bell hooks ressalta a necessidade de promover o amor-próprio e o respeito mútuo em qualquer relação, enfatizando a importância de cultivar uma autoestima genuína que permita relacionamentos saudáveis. Essa abordagem inclusiva e amorosa contrasta com a culpabilização e o medo associados à sexualidade por certos grupos religiosos.

Diante disso, é crucial adotar uma educação sexual abrangente que promova o conhecimento, o consentimento e a prática responsável para todas as pessoas. Como Tânia Navarro Swain defende, uma abordagem plural e desconstruída da sexualidade é fundamental para o desenvolvimento integral dos indivíduos e da sociedade.

Neste contexto, é necessário repensar as narrativas moralistas e repressivas sobre a sexualidade, priorizando uma visão mais inclusiva e respeitosa das experiências humanas. Como Jesus disse em João 8:7, "Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela".