A culpada é você
Sabe, garota. Talvez em outro tempo, eu sentasse e chorasse depois do que você me disse.
Reconheço minhas fragilidades em cada linha, cada palavra.
E reconheço também a resistência em existir.
Há muito eu tento existir, enquanto mulher, enquanto sujeito que traz pensamentos críticos e reflexivos, enquanto uma pessoa sustentável para mim.
E os embates são sangrentos, mas tenho uma estranha capacidade de me levantar do lamaçal.
Isso você não tira de mim.
Sim, nada nunca foi fácil e provavelmente nunca será
Mas tem sido dias melhores, por saber que muito de mim, é você, e não eu.
Eu ainda luto.
O seu luto é só uma parte de tudo que há.
A sua dor, não vem de lugar nenhum, mas nos leva para lá.
Em busca do centro da dor.
A dor é sua amiga, sua amada. Você a abraça e se sente segura.
E eu, me agarro a que?
Ultimamente só tenho me agarrado às próprias pernas. É tudo o que restou. E é o que preciso.
Até estar forte o suficiente para me agarrar ao meu reflexo, eu luto contra você.
A culpada é você.