Rabisco das miragens espirituosas: A gênese criativa
Meu eu errante do passado, ao se mirar através do brilho das estrelas; das fases cheias e cintilantes da lua; sobre as marcas de chuva em poças límpidas na calçada e da topografia harmoniosa da natureza, consegue encontrar os meus tantos outros eus do passado, do agora e do futuro, que, ao refazerem este mesmo exercício de transpor e significar por meio dos objetos fixos da paisagem - mediante ao poder da liberdade poética e psíquica - materializam-se neste mesmo espaço suspenso de tempo e linearidade. A magia do poder imaginativo instala-se e evoca a fantasia do infinito. E nessa sobreposição de dimensões elásticas e permissivas, cada versão absorve, analisa e compreende, por meio de suas próprias experiências, erros, evoluções e de comparação conjunta, quão ínfima e complexa é a caracterização das consequências dessa vivência compartilhada em refratários divididos por momentos distantes, recentes e difusos. Eis o nascimento da criação: A Musa.