SER LIBERTO
Ser liberto é um estado de espírito de quem se renova constantemente na serenidade. É, na sua forma bem simples de existir, a condição de todo homem que não anda com más influências; que evita ambientes insalubres de depravação ou algazarra; e, principalmente, que não pratica o que outros práticam unicamente para ser aceito. Este é forte para jamais negociar a paz que mora no seu coração.
Ser liberto já começa com uma certa coragem de ser si mesmo, ainda que a sociedade jamais reconheça os valores que dimanam de tal ser humano. É não se permitir ficar prostrado na prisão do inferno de ser melhor que o outro, como se vivesse numa obrigação indispensável para ser indestrutível e grandioso. De fato, há menos necessidade para quem vive de forma frugal e simples do que quem vive no luxo de suas cobiças, brutalidades, exibições e avarezas.
Ser liberto é ser um guerreiro profundamente fiel às suas próprias convicções, crenças e valores, ainda que muitos digam que tal indivíduo é ultrapassado por manter esse modo de ser e de viver. É também não se deixar dominar por anseios violentos e paixões nefastas, tal como aqueles que precisam da ostentação e do glamour para fortalecer a sua imagem social.
Ser liberto é poder, acima de tudo, dizer um sim a verdade de forma intrépida, custe o que custar. É o começo para ulteriores voos do ser. É um passo de transcendência que damos em nossa jornada de vida, nos mantendo o mais longe possível das ilusões e da correnteza tresloucada das massas.
Na verdade, ser liberto consiste numa abertura para o infinito, para a graça, para a eternidade. É viver na vizinhança do amor do Eu Sou, do Tu eterno que nos enche diariamente e sem cessar de sua luz inextinguível: irradiando, inspirando, um alento de paz profunda e de gratidão infinda.