O estatuto da liberdade em Spinoza não reside na ideia de livre-arbítrio
Não coloca a tomada de decisão como ato de liberdade, mas na autodeterminação, ação de um corpo sobre si e sobre o mundo a partir do conhecimento adequado da causa de seus afetos.
Esta concepção de liberdade não está necessariamente nos limites do indivíduo, visto que este é compreendido como composição relacional imanente.
Por ser relacional, a liberdade em Spinoza trama uma discussão que abarca o campo do político, uma vez que é compreendida no bojo dos encontros que nossos corpos e mentes sofrem, os quais podem cerceá-la ou expandi-la.
Também remete ao campo da epistemologia, visto que a liberdade depende do conhecimento das afecções que a inibem e das que a potencializam. Portanto, a liberdade em Spinoza é conceito, além de ontológico, ético-político-epistemológico. Nesta delimitação, a articulação entre corpo, conhecimento e o político é potencializada por um conjunto de conceitos de fundamentação spinosista. Esta produção vem sendo desenvolvida em diferentes contextos de pesquisa-intervenção, cujo campo conceitual vem se desdobrando em operacionalizações da práxis.
https://www.scielo.br/j/psoc/a/J3HFNPq7y5XnPxdRpkzxn9s/#:~:text=O%20estatuto%20da%20liberdade%20em,da%20causa%20de%20seus%20afetos.