ETERNO DOMINGO

Parece até que tenho vivido um eterno domingo. É uma saudade melancólica que chega antes mesmo que a outra tenha fim; na maioria das vezes, eu nem sei que saudade é essa, apenas sinto. O peito já virou morada de todo esse comboio e meio que se prepara a semana inteira para receber este dia e as saudades que ele traz.

Elas aparecem para mesclar com o ar de tédio que também me perturba e com aquela típica preguiça que dá as caras aos domingos logo cedinho e fica incomodando até a hora de dormir.

Domingo parece ser o dia de sofrer mansamente e chorar contido, pois os sentimentos parecem estar em maior quantidade, mais superficiais e apertam levemente o coração... É assim que tem sido os últimos dias: uma saudade oculta que não cessa, uma melancolia que aperta e uma vida que se faz uma eterna penumbra.