CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico VI(20) **A Reavaliação da Autoridade Parental à Luz da Contemporaneidade**

Em um mundo em constante transformação, a relação entre pais e filhos se redefine, desafiando a noção tradicional de obediência cega. A experiência dos pais, embora valiosa, não garante a posse de uma sabedoria infalível, nem tampouco isenta suas decisões de questionamentos. A realidade complexa da sociedade contemporânea exige flexibilidade e adaptabilidade, nem sempre presentes nas diretrizes paternas.

A obediência cega, como alertado por John Doe, pode perpetuar ideias ultrapassadas e até mesmo prejudiciais. É necessário que os jovens desenvolvam seu senso crítico e autonomia, discernindo a validade das instruções à luz das circunstâncias. A pressão dos pares e a influência cultural moldam a identidade dos jovens, tornando injusto culpá-los por conflitos entre as normas parentais e as expectativas sociais.

O diálogo aberto e respeitoso entre pais e filhos torna-se crucial na construção de uma relação saudável. Ambas as partes devem contribuir com suas perspectivas, reconhecendo a necessidade de mútua compreensão. A sabedoria, como ensina Provérbios 1:5, "ouvirá o sábio e aumentará o seu saber".

A abordagem de Salomão sobre questões como sexo e moralidade, embora valiosa em sua época, pode não ser a mais adequada para os tempos modernos. Os pais devem ir além da mera transmissão de valores, capacitando os filhos a compreender e aplicar princípios éticos em contextos diversos.

Ao invés de impor obediência, a orientação parental eficaz na era da informação se baseia no respeito mútuo, no diálogo aberto e no desenvolvimento do pensamento crítico. Essa postura permite que os filhos se tornem adultos autônomos e responsáveis, preparados para os desafios do mundo contemporâneo. Como diz Provérbios 22:6, "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele".

Em suma, a relação entre pais e filhos na era da informação transcende a obediência cega. O respeito, o diálogo e o desenvolvimento da autonomia são pilares fundamentais para a construção de uma relação saudável e duradoura, preparando os jovens para navegar pelas complexas nuances do mundo moderno.