Entre feras

Se alguém quiser lembrar quem fui eu, diria que sou aquela que se comunica com os animais no silêncio. Sou a que convive com lobos, feras e víboras sem ser ferida. Eu sou filha das ancestrais, daquelas mulheres que cultivavam a terra, que plantavam ervas e entendiam o tempo. Eu sou meio bruxa e meio santa. Na minha santidade me entrego ao celibato pela vida e nas minhas magias enfeitiço o sol e a Terra. Sou daquelas que prefere a solidão. Sou chuva, sou clarão do raio, sou tempestade e torpor do sol. Me encontrarás na relva suave, no olhar animal e na brandura do amanhecer. Esta sou eu!