O QUE NOS FAZ HUMANOS?

Eis uma questão que se tornou muito difícil de responder.

Houve um tempo em que acreditávamos sermos feitos de uma estrutura especial, diferente da de todos os outros animais. Ledo engano! A resposta não é bem por aí... O genoma humano, por exemplo, é 99% idêntico ao de um chimpanzé. É verdade que os nossos cérebros são maiores que os da maioria dos animais: temos, por exemplo, três vezes mais neurônios que os gorilas. Mas... os elefantes nos superam nesse aspecto. Então, a resposta também não parece que esteja aí.

Antes podia-se acreditar em aspectos que pareciam excepcionalmente humanos: a linguagem, a capacidade de usar ferramentas, de criar soluções novas ou resolver problemas complexos. Hoje, as máquinas já nos igualaram e estão em vias de nos superarem nesses quesitos.

Seria devido à nossa inteligência, às nossas habilidades e competências? De fato, isso foi o que nos tornou dominantes até agora. Mas... e a Inteligência Artificial que está chegando com tudo e logo pode ultrapassar a própria inteligência humana?

É possível dizer que a consciência é o que nos torna humanos... Só que, até o momento, ninguém conseguiu entender ou explicar o que ela é. Sabemos que o órgão que abriga a consciência é o cérebro humano, o “artefato” mais complexo do universo conhecido, onde, presumivelmente, está sediada a nossa vida interior.

Todavia, o modo como o cérebro é capaz de gerar o nosso Eu Interior, como ele torna possível o pensamento abstrato, isso não sabemos e talvez nunca venhamos a saber. O cérebro humano já foi esquadrinhado nos mínimos detalhes, a ciência já descobriu praticamente tudo sobre a sua estrutura e funcionamento... menos como é gerada a consciência, aliás, o produto mais surpreendente e misterioso que o cérebro humano foi capaz de entregar. Na verdade, essas respostas não estão em lugar algum... Só há perguntas.

Talvez que o nosso diferencial sejam apenas os sentimentos, bons e ruins, que nos caracterizam: cooperação, compaixão, amor, felicidade... e seus opostos. Talvez... Tratemos, pois, de cuidar da única singularidade que, efetivamente, parece nos humanizar: os nossos relacionamentos!