A espada paira sobre a cabeça do tolo

Uma seita filosófica, ateia ou não, que se acha na missão de perseguir católicos, não terá qualquer razão para não usar rigores semelhantes contra os protestantes, os judeus, os teístas, os panteístas e depois contra seus próprios seguidores que não sejam absolutamente fiéis a ela.

Os direitos são atributos dos indivíduos, mas a Justiça é um bem coletivo da população.

Onde não há Justiça, os direitos podem ser ignorados.

Se ela for dominada por seguidores de uma ideologia A que perseguem uma ideologia B, não haverá Justiça no país.

Nessa condição, as pessoas comuns ou setores da imprensa simpatizantes da ideologia A que aplaudem decisões do Poder Judiciário que não são amparadas em leis e que visam apenas fortalecer tal ideologia, podem a qualquer momento serem vitimas dela.

Sobre pessoas como essas, Étienne de La Boétie (1530-1563) assim se expressou no livro “Discurso da servidão voluntária”: “Mas, ó bom Deus! Que fenômeno estranho é este? Que nome devemos dar a ele? Qual é a natureza deste infortúnio? Qual é o vício, ou melhor, qual a degradação? Ver uma infinita multidão de pessoas não apenas obedecendo, mas levadas ao servilismo? Não governada, mas tiranizada? Estes infelizes não têm riqueza, nem parentes, nem esposa, nem filhos, nem mesmo a própria vida que eles podem chamar de sua. Eles sofrem pilhagens, arbitrariedades, crueldade, não de um exército, não de uma horda bárbara, por causa de quem devem derramar seu sangue e sacrificar suas vidas, mas de um único homem; não de um Hércules ou de um Sansão, mas de um único homenzinho.”.

Nenhum homem sem virtudes, por mais poderoso que se ache não passará de um “homenzinho” se não tiver uma massa de seres sem honra que o apoie.

Mas como disse Étienne de La Boétie, essas pessoas não têm nada, nem a própria vida, porque tudo que possuem passa a ser concessão, não de um deus, mas do “homenzinho” que elas fizeram “grande” em poder contra si próprias.

Pessoas que não só se contentam em serem mais insignificantes espiritualmente que os homenzinhos que elas elegem ou aplaudem, mas que estupidamente se ufanam dessa condição, podem mais tarde lamentar o sofrimento de um ente querido seu.

A história “O menino do pijama listrado”, que além de retratar uma “amizade impossível”, pode também ser vista como um experimento mental que mostra como a soberba e a estupidez pode atingir uma pessoa.

O filho de um simpatizante da ideologia A que domina o país pode se tornar amigo de um “menino com pijama listrado”.

Como está escrito em Eclesiaste 4:5 “O tolo cruza as suas mãos, e come a sua própria carne.”.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 16/01/2024
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