🔴 Tratamento VIP
No primeiro filme ‘Homem-Aranha’, Peter Parker deixou escapar um ladrão; este recebeu uma nova oportunidade. Essa “nova oportunidade” foi aproveitada, e o assaltante deu um “up grade” (atualização) na sua carreira: assassinou o tio do Peter Parker.
A audiência de custódia já é controversa por conceder garantias em excesso ao preso, enquanto a vítima não é contemplada com cuidados básicos. Neste caso, um preso foi tratado, na audiência de custódia, mais que com humanidade, com “status” de cliente, com direito a se livrar das algemas, ar-condicionado, cafezinho e blusa. O traficante de drogas, com a surreal fala da magistrada, reagiu primeiro com medo; incrédulo, passou para a dúvida; e, finalmente, com certa segurança, sabendo que seria atendido, começou a demonstrar desconforto e sinalizar que necessitava de cuidados. “Malandro é malandro, mané é mané”.
Do começo ao fim, esse vídeo parece escrito por um humorista. A fala da juíza é tão exagerada, que parece a caricatura numa esquete de humor, um vídeo dos ‘Hipócritas’ ou ‘Porta dos Fundos’.
A juíza do TJ/RR, Lana Martins, faz do tribunal um “A casa é sua” judicial. Contudo, isso não surgiu por geração espontânea, mas porque o exemplo vem do topo. A começar por um presidente bandido, mitômano, estelionatário eleitoral e impopular. A avalanche chega, como num efeito cascata, transbordando arbitrariedades e decisões absurdas disfarçadas de garantismo.
Com boa vontade, podemos atribuir uma rara empatia de uma juíza que trata o preso com humanidade; porém, ela trata o funcionário com alguma rispidez.
Claramente, a magistrada está com a ideia “rousseauniana” e encara o delinquente como uma vítima do meio social. Isso é um claro preconceito com as pessoas pobres, mas que, por índole, resolveram seguir uma vida honesta. Seguindo o provável pensamento da juíza, ela deve ter aquele ideal utópico de que a cadeia ressocializa, e o criminoso tem o interesse de reintegrar-se na sociedade.
“Quanto maiores os poderes, maiores as responsabilidades”.