Somos responsáveis pelo nosso silêncio
Se eu der minha opinião, se eu alertar alguém, se eu persuadir alguém, se eu gritar aos quatro-ventos...
Se... tudo isso aí e unas cositas mais, serei responsável de alguma maneira.
Claro, terei me implicado na situação de forma bem clara. Serei responsável pelo que falei, pelo que fiz. Minhas palavras podem voar ao vento, mas... antes de voarem, passaram pelos ouvidos de alguém, pelos olhos de alguém.
Então, penso eu, em certas situações, o melhor a fazer é manter-me passivamente passiva. Farei do silêncio minha arma de comunicação. Assim, não poderei ser responsabilizada por me manter calada. Se alguém fizer alguma bobagem... disser alguma mentira... ah! a melhor opção, pra mim, é o silêncio mortal.
Não sou eu quem vai expor esse alguém. Não, não mesmo. Não sou conivente, sei que o que esse alguém fez não está certo. Mas... não quero ter prejuízos afetivos... ops... então, não é o outro, sou eu a minha real preocupação... é só por isso que, muitas, muitas vezes, o silêncio se instala em mim.
Claro, claro... não vou sair por aí atirando com uma metralhadora honestidade o tempo todo e em todo lugar. Há vezes em que meu silêncio se faz necessário por pura cortesia. Então, sim, me esconderei atrás da cortina da boa convivência, da gentileza. Agirei virtuosamente como se estivesse a passear pelos corredores da corte... silenciosamente.