Divagações à beira da lareira
Não posso impedir esses relâmpagos eles me assustam, prefiro o crepitar do fogo, enquanto derretem meus neurônios penso que não existe meio termo entre a melancolia e a solidão.
Eu vi as pessoas me olhando como se soubessem que tenho essa estranha habilidade de estar num lugar e não estar ao mesmo tempo, o absurdo tem pé e tem cabeça e o mundo da lua costuma ser um lugar seguro.
O fogo aquece meus pés, mais não a alma, ainda espero esse último mesías e sei conviver com certas frustrações,
Não posso impedir essa tormenta, entendo o caos que trás o acaso e vou sobrevivendo, o talvez e algo tão distante do meu horizonte que já não sei como esperar, a fuga costuma ser um refugio de memórias escondidas dum passado que não passa.
A lenha e a lareira,
Tua presença na fogueira,
Teu descarte e o descalabro,
Esse algo que não espera,
Esse inverno que não dá trégua,
E o agora ,
E o amanhã ,
E o ontem que não passa...