CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(21) "A sabedoria de Salomão e a flexibilidade na orientação da vida"
A sabedoria de Salomão, como expressa em Provérbios 4:20-22, enfatiza a importância de manter os olhos e o coração focados na sabedoria. No entanto, essa perspectiva merece ser reinterpretada. A visão clara pode ser alcançada por meio de escolhas pragmáticas e adaptações, não necessariamente ligadas a um único objetivo. Como disse o filósofo grego Heráclito, "A característica da vida é a mudança, nada permanece o mesmo".
A analogia de Salomão sobre a importância dos olhos mentais em estabelecer prioridades na vida é limitada. A diversidade de experiências e a capacidade de ajustar metas de acordo com as circunstâncias são cruciais para o sucesso em diferentes empreendimentos. Como afirmou o filósofo francês Voltaire, "A diversidade é a própria condição da vida".
A citação bíblica sobre os olhos bons e maus sendo a luz e trevas do corpo (Mateus 6:22-24) pode ser reinterpretada como uma exortação para manter uma visão flexível e adaptável. A figura de linguagem que compara o coração físico ao figurativo, associando-o à sabedoria e ao valor, merece uma análise crítica. A sugestão de que um homem sábio deve escolher amar a sabedoria e valorizá-la pode ser considerada dogmática.
A exortação para ter um coração único e focado em um único objetivo, como agradar a Deus, pode ser desafiada. Manter um coração aberto à diversidade de experiências e perspectivas pode enriquecer a jornada da vida. A ideia de purificar o coração de uma mente dobre pode ser reconsiderada em favor da flexibilidade e adaptação às complexidades da existência.
Em conclusão, a reflexão sobre as metáforas de Salomão sugere a necessidade de uma abordagem mais flexível na orientação da vida, afastando-se da rigidez de um único objetivo e abraçando a riqueza da diversidade. Como disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, "Você precisa ter o caos dentro de você para dar à luz uma estrela dançante".