Aquela pessoa tinha razão

Lembra quando aquela pessoa disse que eu queria tudo do meu jeito, que eu manipulava os afetos ao meu redor?

Hoje eu percebo a verdade que havia nessa frase.

Eu sou ciumenta. Não quero que os afetos sejam distribuídos a não ser para mim. "Ah, mas o outro também merece", e isso não é óbvio? O outro não precisa fazer nada para receber afeto, as pessoas são dignas de afeto pelo simples fato de serem humanas, pelas relações serem humanas, e o fato do afeto entre eles existirem, não retira afeto de mim, pois afeto não se mede, não é limitado.

Mas hoje, fez muito sentido. Senti muito ciume quando vi a mãe dele cuidando dele. Senti inveja. Me julguem. As pessoas não tem coragem de assumir esses afetos, mas eles são tão humanos quanto os sentimentos bons, o que importa é o que fazemos com eles, e eu escolhi escrever, entender. Porque o que basta, é compreender, que não existem limites no afeto, não existe uma linearidade, os afetos maternos se cruzam com os afetos fraternos, que se cruzam com os afetos românticos, e talvez seja mais sobre sentir do que sobre controlar essas instâncias. Então, aquela pessoa tinha razão, e eu sinto muito por isso.

AndoOliveiras
Enviado por AndoOliveiras em 02/12/2023
Código do texto: T7945247
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