Aquela pessoa tinha razão
Lembra quando aquela pessoa disse que eu queria tudo do meu jeito, que eu manipulava os afetos ao meu redor?
Hoje eu percebo a verdade que havia nessa frase.
Eu sou ciumenta. Não quero que os afetos sejam distribuídos a não ser para mim. "Ah, mas o outro também merece", e isso não é óbvio? O outro não precisa fazer nada para receber afeto, as pessoas são dignas de afeto pelo simples fato de serem humanas, pelas relações serem humanas, e o fato do afeto entre eles existirem, não retira afeto de mim, pois afeto não se mede, não é limitado.
Mas hoje, fez muito sentido. Senti muito ciume quando vi a mãe dele cuidando dele. Senti inveja. Me julguem. As pessoas não tem coragem de assumir esses afetos, mas eles são tão humanos quanto os sentimentos bons, o que importa é o que fazemos com eles, e eu escolhi escrever, entender. Porque o que basta, é compreender, que não existem limites no afeto, não existe uma linearidade, os afetos maternos se cruzam com os afetos fraternos, que se cruzam com os afetos românticos, e talvez seja mais sobre sentir do que sobre controlar essas instâncias. Então, aquela pessoa tinha razão, e eu sinto muito por isso.