As sociedades, os revolucionários e o caos existencial

As sociedades se estabelecem segundo uma ordem e uma estrutura que são protegidas por regras formais ou informais que se considera definitivas (as sociedades), mas que não o são na prática, porque elas são dinâmicas e tendem a se adaptar a novas exigências dos indivíduos e a própria necessidade de aperfeiçoamento.

Porém não se pode pensar numa sociedade como provisória ou transitória, porque isso não promove confiança nos seus integrantes.

Os “revolucionários” na sua conhecida insanidade, enxergam apenas o “futuro” e da perspectiva deste, a História é meramente "pré-história" e só serve quando eles querem se referir a ela como produto de um sistema perverso e injusto que impede a Humanidade de alcançar um estado de bem estar que eles não sabem o que é e nem como se pode alcançá-lo, apenas sabem que está no “futuro”.

O “revolucionário” se fortalece num permanente “desmascarar o engano dos outros”. Permanente porque esse processo tem que ser auto enganador, para que num eventual vacilo, o “revolucionário” não perceba que a farsa é ele próprio.

No seu futurismo paranoico, o revolucionário não se permite ser julgado pelas desgraças que já provocou e continua provocando no mundo, porque seu mérito se situa num futuro paradisíaco que nunca chega, mas que abriga os julgadores que certamente irão aprovar suas atitudes que, apesar de muitas vezes demoníacas, foram “nobres” na incansável busca pelo bem estar de todos.

Por viver numa dimensão paralela o “revolucionário” obrigatoriamente não pode ser dado ao debate, porque o confronto com a realidade pode ser um processo doloroso, um novo e difícil parto que se sucederá não com um “tapinha da bundinha”, mas chicotadas dolorosas do mundo real.

Esse mundo real só chegou até aqui porque muitos trabalharam por ele e não ficaram apenas no “blá, blá, blá” e apesar de todo o progresso que conseguiu muitos dos que trabalham não podem desfrutar dos bens que produz porque têm que sustentar uma legião de indivíduos que comem sem trabalhar, categoria onde os “revolucionários” geralmente se incluem.

O “revolucionário”, além do aspecto ideológico e político, deve se preocupar com um futuro mais próximo e possível, o de chegar ao final da sua vida e eventualmente tomar consciência que, além de não ter contribuído em nada para a Sociedade, foi um obstáculo para seu progresso.

Que triste fim!

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 16/11/2023
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