CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico III(33) "Uma Análise Crítica da Relação entre Deus e o Homem"
A visão simplista e dogmática das relações entre Deus e os homens, comumente apresentada pela maioria das igrejas, é questionável quando analisada sob uma perspectiva crítica e lógica. Como disse o filósofo Friedrich Nietzsche, "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdadeiro".
A ideia de uma maldição ou bênção divina direta sobre as casas é uma interpretação simplificada e desatualizada da realidade. Em vez de recorrer a citações antigas, podemos observar as complexidades da vida cotidiana e reconhecer que as circunstâncias de uma família são influenciadas por uma variedade de fatores, como educação, saúde, oportunidades econômicas e relações sociais. Como diz Provérbios 22:6, "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele".
A visão extremista de que "quando o Senhor amaldiçoa, nenhum homem ou grupo de homens pode abençoar" ignora o papel das escolhas individuais e das interações sociais na determinação do destino das pessoas. Em uma sociedade moderna, a ideia de que a sorte de uma família é exclusivamente determinada por uma bênção divina ou maldição parece desprovida de fundamento. Como disse o filósofo Jean-Paul Sartre, "Estamos condenados a ser livres".
A argumentação de que "um homem ímpio e sua família sofrerão porque a espada da justiça divina paira sobre eles" é simplista e desconsidera as complexidades éticas e morais presentes em situações da vida real. A justiça divina não pode ser reduzida a uma fórmula preta e branca; a compreensão da justiça envolve uma análise cuidadosa das circunstâncias individuais e sociais. Como diz Romanos 2:6, "Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento".
Ao sugerir que as igrejas que não seguem rigorosamente os preceitos divinos serão privadas da glória de Deus, o "crente fanático" desconsidera a diversidade de práticas e crenças dentro do contexto religioso. A busca pela comunhão com o divino não deve ser limitada a uma interpretação específica das escrituras, mas sim deve levar em conta a variedade de experiências espirituais e tradições religiosas. Como diz 1 Coríntios 12:4, "Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo".
Em suma, a ideia de que uma maldição ou bênção divina direta determina o destino das casas é uma concepção simplista que não reflete a complexidade da vida contemporânea. Em vez de se apegar a dogmas antigos, é fundamental adotar uma abordagem mais inclusiva e contextualizada para entender as diversas influências que moldam a experiência humana. Como disse o filósofo Immanuel Kant, "O esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado".