CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico III(31) "Uma Perspectiva Ética e Humana sobre a Opressão".
As religiões contemporâneas enfatizam a condenação divina dos opressores, sugerindo que a adesão a tais práticas resultará em punição. No entanto, uma análise mais lógica e centrada nos valores humanos revela nuances importantes. Como disse Immanuel Kant, "O ser humano é o único ser que precisa de uma justificação para a sua existência".
Em vez de recorrer a referências bíblicas, é possível fundamentar a crítica nas próprias noções éticas e sociais que permeiam a convivência humana. Como mencionado em Provérbios 21:15, "Quando a justiça é feita, traz alegria aos justos, mas terror aos malfeitores". Adotar uma abordagem que explore os princípios universais de justiça e benevolência permite uma reflexão mais ampla sobre o tema.
Contrapondo-se à visão original da Bíblia, que enfatiza a maldição divina sobre os opressores, é possível argumentar que a rejeição de práticas opressivas não é apenas uma questão religiosa, mas uma necessidade moral intrínseca à dignidade humana. Como Sócrates afirmou, "Não é a vida, mas a boa vida, que deve ser principalmente valorizada".
Criticar os métodos opressivos não requer apenas a rejeição das ações dos opressores, mas também a negação de seus hábitos e práticas. Essa perspectiva pode ser ampliada ao observar as implicações éticas de transações comerciais justas, caridade efetiva e tratamento compassivo em relação a animais, funcionários e a si mesmo.
A abordagem crítica também pode se estender à capacidade de resolver conflitos de maneira pacífica, promover a unidade e buscar a paz. Contrapondo-se à ideia de que os opressores podem alcançar o sucesso temporário, a crítica pode enfatizar que, no longo prazo, a justiça e a integridade são fundamentais para uma sociedade equitativa e próspera.
Assim, em vez de se fixar em recompensas divinas ou maldições, a crítica pode destacar a relevância intrínseca de escolher caminhos éticos e virtuosos, não apenas como um meio de evitar a ira divina, mas como uma expressão genuína da busca pela bondade e dignidade humanas. Como afirmou Martin Luther King Jr., "O arco moral do universo é longo, mas se inclina em direção à justiça".