🔴 Ludmilla e o ENEM
Tá, a cantora Ludmilla travou na hora de “esmerilhar” o Hino Nacional Brasileiro. “Bola pra frente”; “amanhã será outro dia”; “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Nada disso, a cantora deve enfrentar um desafio bem mais espinhoso. No dia da gafe começou prontamente um trabalho para manter a nossa cultura medíocre, bem como aceitar alegremente a escravidão da Lei Rouanet, que mantém os artistas preguiçosos e dependentes do governo.
Mas a Ludmilla não tem culpa. Ela é apenas o fruto da Educação brasileira. Quem jogou a cantora nesse “rolo compressor”, passando-se por palco, está adorando a repercussão. Isso, que apelidaram de empoderamento, mantém as massas conformadas com “um Fusca, um violão, o Mengão e uma nêga chamada Tereza.
Com uma linguagem ideológica do século XIX, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), tamanha é a precariedade do teste, expôs o nefasto instrumento de imbecilização. A fábrica de analfabetos funcionais despeja uma multidão de despreparados para encarar a universidade. Levando-se em consideração o propósito de um exame ruim, como o ENEM, é eficaz. A doutrinação não abandona o eleitor, digo, o indivíduo.
Voltando, a funkeira recebeu muitas críticas, mas também foi muito afagada. Contrariando a primeira impressão, a “zoeira” tem o potencial de ajudá-la, e o elogio, se aceito, prejudicá-la. Explico: com um pouco de autocrítica, ela viu que não foi legal e se dedicará. Tenho certeza que seria muito aplaudida e elogiada sinceramente. No entanto, se considerar a bajulação, inepta ou má, de fãs e a imprensa “amiga”, ela continuará satisfeita com a mediocridade. Pior, ela mesma achou tudo “perfeito”. Isso expõe o auto-engano, a conformação e a tentativa de disfarçar o óbvio.
No mais, fingir que deu tudo certo só piora a situação, cheira a arrogância: o público, sentindo-se ignorado, recebe a “esmola cultural” como “pérola aos porcos”.
O artista geralmente é o mais chato quanto ao resultado do seu trabalho. Não admitindo um trabalho meia-boca, muitas vezes sendo considerado inseguro tamanho o perfeccionismo, ele é quem mais se cobra.