Palavra, bala perdida
Palavras, palavras, algumas vezes suavidade, outras vezes rispidez. Mundo cheio, conturbado, lotado de palavras. Revelação de sentimentos, indignação, inspiração, emoção, visão.
E assim o poeta vai trabalhando, limando as palavras, apresentando Universos, encantando, seduzindo, brincando, às vezes diz muito, outras vezes diz nada, mas sempre há o que dizer.
As palavras ficam no ar, soltas como o vento, temperamento. Algumas vezes são amassadas, bagunçadas, encaixadas, derrubadas, arrumadas, desarrumadas, desencaixadas, penduradas, despenduradas, procuradas, encontradas, dispensadas. Outras vezes agrada, desagrada, mas continuam sendo palavras.
O poeta passa a vida procurando, se revirando, se contorcendo para encontrar a tal das palavras, aquela que tenha intimidade para imaginar e criar, aquela que dê sentido aos seus sentimentos, aos seus pensamentos, buscando cura para a alma.
Assim as palavras, podem ficar bem aqui, ou ali, ou quem sabe em outras paisagens. Importante perceber a sensibilidade do poeta no processo do dizer, através das benditas palavras, pois este se sensibiliza, se emociona, brinca em pleno tiroteio de palavras.
Em outros momentos o poeta busca maneiras de dizer, demonstrando que palavra é arte, é como bala perdida, que descortina a vida, aguça, sensibiliza, encanta, tudo em prol de viagens, de sentir, de viver. Independente se suficiente, insuficiente, coerente ou incoerente.