🔴 Buraco afrodescendente
Anielle Franco achava tudo muito chato, menos a Terra, que, para pessoas espertas, como ela, sempre foi redonda. Quando a ministra da Igualdade Racial veio à luz, descobriram a inutilidade de seu ministério. Com essa descoberta, poderiam desconfiar que a moça era incompetente. Para isso não acontecer, Anielle tomou providências.
Anielle Franco se destacou por ser irmã de Marielle Franco; esta se destacou porque foi assassinada. É isso. Pois bem, Anielle ficou conhecida ao inventar uma pauta em São Paulo, no Estádio do Morumbi, na finalíssima da Copa do Brasil, durante o jogo do seu Flamengo. Ora, vejam só, quanta coincidência!
Para piorar a situação, a ministra ostentou o privilégio de ir ao jogo do “Mengão” num jatinho da FAB (Força Aérea Brasileira), e sua assessora expressou todo o seu racismo. A essas alturas, não seria necessário um telescópio superpotente, a sinecura poderia ser vista a olho nu.
A solução para fingir competência e que seu ministério era útil: ela caçou uma palavra que expiasse o peso da inutilidade e do politicamente incorreto. Constatando a inviabilidade de ações concretas (como a discriminação da frequência de determinado lugar), Anielle sacou o termo “buraco negro”. Sim, o termo consagrado pela Astronomia foi considerado racista, diferente de alguém que possa reagir. A anos-luz de anunciar algo prático e digno de nota, a irmã da Marielle fez alguma coisa, além de jogar uma “cortina de fumaça” na polêmica do futebol.
Mas não se iluda, a problematização da palavra tem método. Essa manobra rende e continuará rendendo muito dinheiro a ela. A quantidade de palestras empresariais garantirá a subsistência da moça, que, jogando um termo, inofensivo e que estava quieto, na prateleira das ofensas, ela finge que esta combatendo o racismo enquanto mantém minorias no bolso.
Apesar da gravidade, Anielle Franco, a “flanelinha de minoria” com lugar de fala, anda com a cabeça nas nuvens.
Uma vez picareta, sempre picareta.