PROTEÇÃO DE PAPELÃO
Entre por sua conta e risco!
*Por Antônio F. Bispo
Acredito que em um futuro próximo (no máximo em três décadas), um dos locais mais recorridos da história da humanidade e tido como fonte de luz e refúgio para muitos, será visto como sendo um dos ambientes mais tóxicos, insalubres e com propensão a insanidade que o ser humano já construiu desde o início de sua racionalidade.
O lugar onde “Deus habita” tem demonstrado ser o espaço em que a loucura tem primazia, a falcatrua pede passagem e aos estelionatários (de todos os tipos) estende-se um tapete vermelho ao invés de mostrar-lhes as insígnias da justiça.
Esse tipo de espaço tem sido o preferido entre os que almejam maquiar o próprio caráter e esconder suas reais intenções diante do povo que afirma ter a mente de Cristo.
Ao contrário do que se tenta negar, a igreja tem demonstrado ser (desde sempre) um sítio perfeito para servir de albergue para bandidos, pedófilos, homicidas, piramideiros e para todos que (apesar das aparências), por meio de suas ações mijam na cruz, defecam na bíblia e cospem em todos os símbolos ditos sagrados.
“DEUS PERDOA…”
É o que sempre dizem os “bandidinhos de Cristo” depois de cometer crimes intencionais.
Porém, se Deus a tudo perdoa e a todos compreende; se o diabo a todos usam quando e como bem quiser (segundo os “santos” que foram pegos em flagrante delito); se até mesmo um “ungido cheio do espírito”, pode (ou tem o direito segundo eles) de ir a um motel com o conjugue do seu mais servil afiliado, de matar o próprio parceiro de amor ou negócios, de fugir para as “Arábias” depois de aplicar golpes financeiros milionários aos membros da própria igreja (ou em celebridades desavisadas); se mesmo havendo tudo isso, Deus não se “manifesta pessoalmente” para punir pública e severamente aos que de sua face e dos seus preceitos escarnecem, só nos resta concluir que A IGREJA É O PIOR LUGAR DO MUNDO PARA SE ESTAR, dependendo do nível de caráter e juízo de quem a procura !
Diante de pessoas transparentes, auto assumidas em suas próprias malandragens e falcatruas, costumamos ficar em estado constante de alerta. Se ainda assim formos lesados, a dor não é (será, seria) tanta pois sabíamos justamente o que esperar de tal criatura ao nos conviver estes.
Concernente a um HOMENS DE DEUS, seus obreiros ou daqueles que dizem fazer parte de “hierarquias celestiais (ou humanamente por Deus concedidas) e de nada maligno suspeitamos e por isso BAIXAMOS A GUARDA.
Fomos ensinados desde cedo que estes são pessoas de bem, por isso diminuímos nossas defesas pessoas pessoais e racionais.
Perante eles, muitos são instruídos literalmente a abaixarem as calças (se preciso for), os joelhos, a cabeça, a coluna, seus dados bancários e acima de tudo o próprio direito à liberdade e ao individualismo, tornando-se uma massa disforme, pronta a assumir o perfil necessário para a ocasião em que o seu líder ou grupo desejar.
Depois de usadas e abusadas, estes crédulos serão descartados e obrigados a conviverem com o sentimento de culpa e rejeição pelo resto de suas vidas.
Sempre que desejarem falar, se justificar ou dizer como as coisas de fato ocorreram, serão silenciadas pesadamente, justamente por aqueles que diziam estar dirigindo-as segundo os propósitos divinos.
Pior que tudo isso é quando esse pacote de desastre sobrevém a um fiel (completo idiota útil, ainda que não fosse a intenção de ser) em sua própria defesa tenta argumentar os abusos às autoridades civis competentes ou às eclesiásticas (da própria igreja) e estas dizem:
-Cedeu por que quis! Deu (dinheiro e outras coisas mais) por quis! Ninguém pôs uma arma em sua cabeça e te obrigou a nada!
Rapaz...
Entre todas as falas que um vigarista da fé pode produzir, esta é sem dúvida a que mais desperta em nós um extinto a instintos primitivos de baixíssima frequência.
Pensamentos insanos nos sobrevém e como em um turbilhão de ideias, um extraordinário processo criativo nos toma em milésimos de segundo, dando detalhes (instruções) sobre como fazer e como se safar, àqueles (as) que previsivelmente jamais serão punidos por lei alguma (por falta de evidencias documentais), nem tão pouco Deus algum, no presente ou no futuro dará a paga justa àquele malfeitor.
Se não houver evidencias suficientes para que as leis dos homens “falhos e pecadores” possam incriminar, julgar e punir, Deus nenhum o fará. Tão pouco espere algum tipo de justiça por parte de uma corporação eclesiástica, quando o quesito é pôr em cheque o próprio lucro (ou instituição).
Quando um “malfeitor de Cristo” insiste em dizer que foi a vítima e não o causador da lástima que provocou a outrem aí as coisas ficam ainda mais sérias.
Em momentos assim (ainda que em pensamentos), uma força descomunal parece invadir nosso interior (do injustiçado ou de quem presenciou as injustiças) e uma avalanche de adrenalina nos percorre. É preciso muita calma numa hora dessas, para que realmente o que se faz de vítima não venham se tornar de fato, uma pelo desdém a qual somos submetidos.
O “diabo” que usou o “ungido de Deus” para executar tais barbáries parece “possuir” o corpo do injustiçado (familiar, pessoa próxima) para que uma desgraça de tamanho maior venha seja feita no momento de fúria do ludibriado e deboche do “salafrário de Deus”.
O melhor a ser feito é afastar-se de ambientes assim.
O lugar onde “Deus habita” é sem dúvida alguma o território onde o “Diabo” tem poder!
Há mais demônios agindo na suposta casa de Deus do que em qualquer outro lugar onde supostamente deviria haver.
É como se ambos (Deus e o Diabo) fossem parceiros num crime organizado e boa parte de seus súditos fossem seus leais escudeiros e administradores, com o intuito único de causar dor, sofrimento, demência ou falta de humanidade aos que destes se acercam ou nestes confiam.
A proteção divina nos ambientes de culto (ou em qualquer outro lugar do planeta) é tão eficaz quanto um colete de balas feito de papelão cujo objetivo é proteger-se tiros de fuzil.
Parece que tudo na “casa de Deus” é feito de papel reciclável: o escudo da fé, a couraça da justiça, o capacete da verdade, a espada do espírito...
Tudo é de material descartável feito para enganar trouxa! Quando molha rasga, quando em atrito esfarela-se quando aquecido incendeia, ferindo o seu próprio usuário.
A única coisa que parece ser verdade ne texto que cita o “empoderamento dos salvos” (Efésios 6) é a sandália do evangelho, segundo o próprio entendimento corrupto que a cristandade deu a esta palavra.
Evangelho (segundo o que a cristandade demonstra por falas é ações) ao invés de significar BOAS NOVAS como o termo original sugere, sempre foi sinônimo de IMPOSIÇÃO FORÇADA DE DOGMAS, USOS E COSTUMES que mais oprimem que libertam!
Pela espada, por constrangimentos ilegais e jurídicos, aquilo que eu mesmo (ou o meu grupo) penso ser a verdade (de Cristo), tento empurrar de goela abaixo ao outros. Se preciso for, ponho fogo no mundo inteiro (e queimarei junto) para mostrar que a minha fábula é mais fantasiosa que todas as demais e quem não concordar, meu inimigo será! Se concordar e não me obedecer, também será alvo de minhas elucubrações “malignamente divinas”.
Assim tem sido o “Evangelho de Cristo”. Assim ele tem sido apresentado ao mundo por todo seguimento que diz ser guardião da moralidade, só que oposto disso é o mais provável de ser.
Muda-se apenas o nome ou a placa da igreja, mas a intenção (desse evangelho macabro) é a mesma!
Caso alguém de fato quisesse viver os ensinamentos daquele qual dizem ser o Cristo, o único lugar possível seria justamente FORA DA IGREJA, bem longe dela, e não servindo-a de unhas e dentes.
Todo conceito original de evangelho morre quando a disputa pelo poder e expansão de uma marca (dogma, ideologia, usos ou costumes), vem antes da ideia do amor ao próximo, da reciprocidade e respeito mútuo.
Quando o louvor aos seres visíveis e invisíveis do imaginário coletivo tem mais valor na casa nas liturgias que o aprender (fazer e ensinar) um estilo de vida baseado no respeito, na honra e na busca da justiça social (coletiva), esse evangelho também é um fracasso. Receber (exigir) adoração ou louvor pessoal (para si ou próprio grupo) é coisa de gente medíocre, babaca, insegura...
A coletividade burra ensina que adorar a um Deus distante, imaterial e autossuficiente é mais vantajoso para a nossa própria existência e segurança, que o respeito ao próprio ambiente em que se vive e a todos os que neste habitat respiram o mesmo ar e precisam da divisão justa de todos recursos disponíveis.
Só “Deus” mesmo viu? Titica de galinha no lugar de cérebros...
Parece ser este o efeito das religiões sobre a vida dos fiéis.
Cada igreja pregando o próprio conceito de paraíso, de prosperidade, de bênçãos, de “verdade”...Digladiando-se, destruindo-se mutuamente, pondo em atrito os membros da própria comuna uns contra os outros ou motivando guerras milenares contra “todos àqueles que estão errados”, servindo ou “Deus falso”.
Perigo de fato é entregar-se a Deus, a Jesus ou seja lá a que entidade física ou metafísica do universo religioso for.
Ao fazê-lo, entregar-se-ão aos donos do CNPJ da igreja e aos seus propósitos todos assim pensam e Deus algum poderá salvar-te nos dias de tua aflição (causada por eles mesmos).
Os que de Deus esperam proteção (que não sejam das leis dos homens “falhos e pecadores”), estão literalmente f#didos!
Um abrigo feito de papel marche em dias de tempestades teria maior eficácia contra águas torrenciais do que abrigar-se sob as “Asas do Altíssimo” segundo os conceitos vagos da fé (dogmas) cristãos, esfregados em nossas faces diariamente.
É uma falha atrás da outra.
Nunca vi um “sistema de proteção” tão deficiente!
Que sejam testemunhas os que morreram (ou diariamente morrem ou sofrem abusos) nas mãos dos seus ”santos” ou pessoas que juraram existir para protege-las.
CONTINUA... (no próximo texto abordaremos os crimes mais recintos ocorridos pelo “povo de Deus” ou nos “lugares santos” e como esse meio pode (literalmente) nos levar à sepultura ou ao manicômio. Aguardem!
Texto escrito em 2/11/23.
*Antônio F. Bispo é graduando em jornalismo, Bacharel em Teologia, estudante de religiões e filosofia.