APAGA O AR
Queria voltar pra ela
Mais já me falta o ar
Quando ela respira
Já me falta tinta
Quando a vejo em aquarela
E quando ela me finta
Perdi a pupila
A pimenta do reino
Que ardia em seu olhar...
É como se um anjo
Sorrisse pra mim
E quando eu quisesse
Retribuir chorasse um querubim
Porque já não me sinto parte
No toque da pele é cicatriz
Desgastou-se a catarse
Não sei mentir
Branca é a minha cor
Tudo me faz sentir
Mais prazer com meu cobertor
Meu ninho me faz sozinho muito feliz
E voar já não me dá prazer
Olho as borboletas
Vejo as rosas obsoletas
Se confundem e morrem no mesmo esterco
Me perco me confundo
Quero ir fundo
Não na lágrima saída
Mais na fonte que a fez viver
Se você soubesse escrever no meu corpo
Como te esquecer
Eu mesmo passaria a borracha em você...