CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(20) "Reinterpretando o Conceito de Bom e Mau"
A natureza humana é complexa e diversa. Não podemos reduzir as pessoas a categorias simplistas de "bons" e "maus", pois somos seres multifacetados, sujeitos a influências, contextos e escolhas em constante evolução. A Bíblia, que é a fonte de sabedoria para muitos cristãos, não define claramente o que é bom e mau, mas oferece princípios e orientações que podem ser interpretados de maneiras diversas. As definições de moralidade e ética variam ao longo do tempo e entre diferentes culturas e religiões. O que pode ser considerado "bom" em uma sociedade pode não ser o mesmo em outra.
É importante reconhecer que as pessoas têm a capacidade de aprender e crescer, independentemente de suas ações passadas. A ideia de que apenas homens bons são recompensados e homens maus são punidos não leva em consideração a possibilidade de redenção e transformação. A vida não se resume a escolher entre um caminho fácil e popular e um caminho difícil e apertado. Existem inúmeras escolhas e nuances em nossas jornadas individuais. A sabedoria não é uma fórmula mágica que garante sucesso; é uma ferramenta para tomar decisões informadas e éticas ao longo da vida.
Portanto, em vez de categorizar rigidamente as pessoas, é mais produtivo adotar uma abordagem compassiva e inclusiva, reconhecendo a complexidade de nossas experiências e a capacidade de evoluir e crescer ao longo do tempo. Isso nos permite abraçar a diversidade e buscar uma compreensão mais profunda e empática do ser humano.
Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: "O coração tem razões que a própria razão desconhece" . Como disse o apóstolo Paulo: "Agora vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido" . Como disse o escritor russo Fiódor Dostoiévski: "Não há nada mais complexo do que um ser humano" .