CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico II(4) Cultivando a Sabedoria com Leveza: Um Olhar Integral
A sabedoria é um dos valores mais almejados pela humanidade, mas nem sempre é clara a forma de alcançá-la. Muitas vezes, associa-se a sabedoria a um processo árduo e doloroso, que exige renúncia e sacrifício. No entanto, essa visão é limitante e pode impedir o desenvolvimento de uma sabedoria integral e harmoniosa. Neste ensaio, pretende-se mostrar que a sabedoria também pode ser cultivada com leveza e alegria, por meio de três aspectos: o equilíbrio, a experiência e a aceitação.
O primeiro aspecto é o equilíbrio. A sabedoria não requer uma negação total dos prazeres da vida, mas sim uma moderação e uma consciência plena deles. Como disse Epicuro, "nada é suficiente para quem o suficiente é pouco". O filósofo defendia que a felicidade consistia em evitar os desejos excessivos e viver de acordo com a natureza. Nesse sentido, o equilíbrio é uma virtude que nos torna sábios, pois nos permite desfrutar dos bens da vida sem nos tornarmos escravos deles.
O segundo aspecto é a experiência. A sabedoria não se adquire apenas com o estudo e o raciocínio, mas também com a vivência e a emoção. Como afirmou Mahatma Gandhi, "a vida não se mede pelo número de vezes que se respira, e sim pelos momentos que tiram o fôlego". O líder pacifista demonstrou que a sabedoria pode ser fruto de uma ação transformadora, que busca a justiça e a paz. Nesse sentido, a experiência é uma fonte de sabedoria, pois nos ensina lições valiosas, que transcendem as palavras.
O terceiro aspecto é a aceitação. A sabedoria não implica uma resistência à realidade, mas sim uma compreensão e uma adaptação a ela. Como disse John Lennon, "tudo ficará bem no final. Se não está bem, não é o fim". O músico expressou que a sabedoria pode ser fruto de uma atitude positiva, que busca o melhor em cada situação. Nesse sentido, a aceitação é uma manifestação de sabedoria, pois nos permite lidar com as adversidades sem perder a esperança.
Portanto, conclui-se que a sabedoria não é um fim inatingível, mas sim um caminho possível e prazeroso. A sabedoria pode ser cultivada com leveza e alegria, quando buscamos o equilíbrio entre razão e sensibilidade, entre teoria e prática, entre ideal e real. Essa busca fluida e integral nos torna verdadeiramente sábios.