Eita mundão grande, e eu aqui......
Ê mundo veio de meu Deus
E eu aqui, buscando inspiração
No meio do mato, pé descalço no chão
Cabeça ardendo de sol
Tudo que me arrudeia, vem em paz
Me conectar é como a água descendo num riacho
Como tudo que me arrudeia
Ê mundão abençoado por Deus
Tudo pulsa como coração na hora do cio
Até parece que vai sair pela flor
Uma riqueza sem precedentes em tamanho, em colorido cinzento, em sequidura ardente
E eu aqui integrado a esse mundão de sertão no meio da caatinga, onde os lagartos, os preas predominam e ditam regras onde os carcaras pega, mata e come, onde as cercas de arame farpado não são necessarias.
Os bodes sobem em cactos, escalam troncos mortos, mastigam pedras, bicinho bom de viver, adaptável a qualquer local seco, sem nada, sendo alimentado e servindo de alimento, eie morto, eu aqui buscando inspiração para descrever meu sertão, onde Lampião predominou como bandoleiro, onde criou fama, e recebeu seu tiro de misericordia, deixando sua marca sobre as pedras da gruta do angico.
O fim não chegou
A marca da dor.
Doi, corroe
Estraçalha
Eita mundão grande de meu Deus
Num sertão resistente, onde tem preas, sábias, anuns, carcaras, onde Lampião desbravou, onde Suassuna se inspirou, onde Patativa encantou e mostrou que uma fror no mês de março é como um perfume, como uma poesia