Eita mundão grande, e eu aqui......

Ê mundo veio de meu Deus

E eu aqui, buscando inspiração

No meio do mato, pé descalço no chão

Cabeça ardendo de sol

Tudo que me arrudeia, vem em paz

Me conectar é como a água descendo num riacho

Como tudo que me arrudeia

Ê mundão abençoado por Deus

Tudo pulsa como coração na hora do cio

Até parece que vai sair pela flor

Uma riqueza sem precedentes em tamanho, em colorido cinzento, em sequidura ardente

E eu aqui integrado a esse mundão de sertão no meio da caatinga, onde os lagartos, os preas predominam e ditam regras onde os carcaras pega, mata e come, onde as cercas de arame farpado não são necessarias.

Os bodes sobem em cactos, escalam troncos mortos, mastigam pedras, bicinho bom de viver, adaptável a qualquer local seco, sem nada, sendo alimentado e servindo de alimento, eie morto, eu aqui buscando inspiração para descrever meu sertão, onde Lampião predominou como bandoleiro, onde criou fama, e recebeu seu tiro de misericordia, deixando sua marca sobre as pedras da gruta do angico.

O fim não chegou

A marca da dor.

Doi, corroe

Estraçalha

Eita mundão grande de meu Deus

Num sertão resistente, onde tem preas, sábias, anuns, carcaras, onde Lampião desbravou, onde Suassuna se inspirou, onde Patativa encantou e mostrou que uma fror no mês de março é como um perfume, como uma poesia

DIÓGENES Oliveira
Enviado por DIÓGENES Oliveira em 22/08/2023
Reeditado em 22/08/2023
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