CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(22) Questionando Rótulos e Desvendando Virtudes.
O ensaio aborda a importância da busca pela sabedoria e como diferentes características de personalidade, como a simplicidade, o escárnio e a tolice, podem impedir o indivíduo de alcançar essa virtude. No entanto, é crucial questionar essa abordagem e explorar a ideia de que rotular alguém como "simples", "escarnecedor" ou "tolo" pode ser redutivo e limitado.
Ao examinar a noção de busca por sabedoria, é fundamental considerar que a complexidade da vida moderna muitas vezes exige um entendimento mais amplo do que pode ser encontrado somente por meio da autocrítica e autorreflexão. A noção de que alguém que vive uma rotina diária é automaticamente um indivíduo simples desconsidera as nuances das responsabilidades, desafios e aprendizados que podem ocorrer em diferentes contextos. Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: "A simplicidade é o último grau de sofisticação". Além disso, a Bíblia nos ensina que a simplicidade não é sinônimo de ignorância, mas de humildade e confiança em Deus: "O Senhor preserva os simples; quando me encontrava enfraquecido, ele me salvou" (Salmo 116:6).
Além disso, a visão crítica do "escarnecedor" pode ser revista. A sociedade moderna exige uma abordagem cética para muitas informações e normas. O ceticismo pode, de fato, impulsionar a busca pela verdade e pela compreensão aprofundada, em vez de simplesmente aceitar a sabedoria convencional. O desafio de preconceitos e a disposição de questionar o status quo podem levar a descobertas e inovações significativas. No entanto, é preciso ter cuidado para não cair no cinismo ou na arrogância, que podem afastar as pessoas da sabedoria divina. Como alertou o filósofo grego Sócrates: "Só sei que nada sei". E como advertiu o apóstolo Paulo: "Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7).
Quanto à caracterização de um "tolo", é importante lembrar que a ignorância não é necessariamente um estado permanente, e rotular alguém como tal pode minar o potencial de crescimento. Ao invés de julgar apressadamente, a abordagem mais construtiva seria encorajar a educação contínua e a disposição de aprender com os erros. As pessoas podem superar suas fraquezas, desde que estejam dispostas a se educar e se abrir para novas perspectivas. Como afirmou o filósofo chinês Confúcio: "A ignorância é a noite da mente, mas uma noite sem lua e sem estrelas". E como declarou o rei Salomão: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso" (Salmo 111:10).
Em resumo, o ensaio desafia a noção de que categorizar as pessoas como "simples", "escarnecedoras" ou "tolas" é suficiente para entender sua busca por sabedoria. Ao invés de adotar uma visão restrita dessas características, é importante adotar uma abordagem mais empática e reconhecer que todos têm a capacidade de crescer e evoluir. A busca pela sabedoria deve ser moldada por uma análise crítica e uma abertura para o aprendizado constante, em vez de rótulos simplistas.